terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O poder das Mulheres

Escrito por Caio Fábio
Dom, 07 de Novembro de 2010 22:40


As mulheres são os seres mais poderosos da Terra. Sexo frágil? Qual? Na realidade o que se deveria dizer é que sexo é o fraco dos homens, e o forte das mulheres. Como? Ora, desde sempre foi assim. A própria narrativa do Gênesis diz que a mulher foi quem persuadiu o homem a comer do fruto. Sim, a mulher tem poder para fazer o homem comer qualquer fruto.
De fato, tal poder de persuasão decorre dessa força frágil, que geme, que pede, que insinua, que paga com “alegrias”, que põe o homem no caminho do desejo de possuir, sem saber que ele é o possuído; isto quando a mulher é sábia. Na minha maneira de ver não há nada de errado em possuir tal poder. Afinal, essa persuasão é uma dádiva divina. O problema é que na maioria das vezes esse poder é usado de modo burro e insensato. Sim, porque ao invés de se persuadir para o que bom, para o que concilia e promove a paz, e para tudo aquilo que possa ser sedução da sensatez, essa força é, muitas vezes, apenas usada para manipular e para negociar com o homem, e nos termos distorcidos dos machos. Assim, esse maravilhoso poder passa a só ser percebido como sedução sexual, e quase nunca como poder para exercer a persuasão da sabedoria. Isto porque é minha convicção que toda mulher que decide usar esse poder para o bem, vem a tornar-se o ser mais desejável e bem-aventurado que pode existir na vida. Infelizmente, no entanto, as invejas, as vaidades, as competições pequenas, e a mesquinharia, acabam por fazer com tal poder acabe por ser quase sempre apenas sedução para a guerra ou para a manipulação que torna a mulher menos mulher, e mais parecida com o homem. Na realidade as mulheres parecem ter perdido a ambição da persuasão da sabedoria. De fato, a mulher sábia está fora de moda, e as que ainda existem têm medo de se manifestar, visto que sensatez virou caretice para boa parte das mulheres. Então, vê-se essa virtude e poder sendo usados para se ‘revolver’ no pior da vida, e não para propor e viver a vida que constrange pela sabedoria. De fato me alegro imensamente quando encontro uma mulher que é mais confiante na sabedoria do que na sedução, e mais comprometida com o poder do bom senso do que com a capacidade de usar seu poder para coisas pequenas, embora consideradas intocáveis como espertezas femininas. Todo fruto, mesmo que venenoso, sendo dado por uma mulher, tem o poder de se tornar irresistível. Mas a mulher precisa recuperar a percepção de que sua grande força é ser mulher que persuade para o bem. Não é à toa que Paulo diz que a mulher é a glória do homem! “Glória”, antes de ser nome de mulher, deve ser o estado saudável do ser feminino.


Que Deus nos abençoe

Caio Fábio

http://www.caiofabio.com/
Fonte:
http://www.revistasalvador.com/index.php?option=com_content&view=article&id=119:o-poder-das-mulheres&catid=75:caio-fabio&Itemid=60

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em tempos de Eu...

"Só a vida ensina a viver. É preciso a gente ver primeiro tudo que a vida tem de mau e de sórdido para depois podermos descobrir o que ela tem de belo e de bom, de profundamente bom." Érico Veríssimo

– Mas que é sustentabilidade? Sustentável, que tantos falam ultimamente na televisão? – interrogava Angelina.
– Na dúvida, vejamos o Aurélio. – respondia-lhe Cassiano – Hum, sustentar: “Segurar para que não caia; suster, suportar. Afirmar categoricamente. Confirmar. Resistir a. Conservar, manter. Alimentar física e moralmente. Prover de víveres ou munições. Impedir a ruína ou queda de. Animar, alentar. Sofrer com resignação; aguentar. Defender com argumentos ou razões. Pelejar a favor de. Conservar a mesma posição; suster-se. Alimentar- -se.”. Entendeu?
– Não, meu bem, eu sei o que significa sustentar, mas o que não entendo é o significado disso na preservação do meio ambiente, do mundo. O que são esses tais métodos sustentáveis? – redarguia-lhe.
– Li uma definição interessante outro dia, olha só: “desenvolvimento sustentável é aquele que gera recursos hoje, garantindo as necessidades das gerações presentes, sem comprometer o direito que as gerações de amanhã têm de usufruir esses mesmos recursos.” Eu acredito que seja uma forma de promover um bem-estar à humanidade, ao mundo, sem prejudicar nenhuma geração, principalmente, as futuras. Porque todos temos sofrido com a irresponsabilidade do Homem. Às vezes, eu penso que a tecnologia também contribuiu pra esse caos do mundo. As empresas têm se preocupado com o meio ambiente. Mas veja só, por exemplo, tentam nos conscientizar que devemos preservar o meio ambiente, separar o lixo, reutilizar as coisas, como o papel, e a grande controvérsia: é o papel mais caro. Não acha estranho?
– Estranhíssimo... Cassiano, você trabalha numa empresa que utiliza esses recursos que falou, mas eles capacitam as pessoas para não só ter essa consciência, mas agir também?
– Sim e não... depende de cada pessoa, adianta ensinar uma pessoa que não tem boa vontade, que só pensa em si? Ultimamente, vivemos nos tempos do “eu”, o “cada um por si e Deus para todos”. E quanto a nós, que fazemos para sustentar o meio ambiente, ou pelo menos, o meio em que vivemos?
– Economizar água, luz, separar o lixo, varrer a calçada, ao invés de, esperdiçar água, juntar toda a roupa para lavar d’uma vez. Mas sempre deixamos que algo escape... Nós assistimos à televisão enquanto o computador fica ligado à toa. A solução, querido, é voltarmos à idade da pedra... – um riso saia boca afora. Talvez, fosse uma revolução a que propunha ao marido. Quem, hoje, se submeteria a aceitar algumas restrições no seu cotidiano? Quem se preocupa com a preservação da Mata Atlântica ou da Amazônia? São coisas a se pensar... O casal discutia a respeito de questões fora do comum a qualquer casal da atualidade. Não acham? Que pais ensinam aos filhos a não jogar um lixinho na rua, na praia? A não maltratar um pobre animalzinho indefeso? Ou os conceitos primordiais (éticos e morais) a qualquer pessoa?
– Boa consciência...
– Poucos têm, acho... Mesmo nós falamos disso, hoje é um dia incomum. Essa preocupação, deixamos sempre ao próximo, às ONG... por isso o mundo está desse jeito.
– Amor, pense comigo: temos sido bons pais? Sustentamos nossos filhos em todos os sentidos? Eu me sinto tão distante das crianças... você me questiona sobre essas coisas, mas não a vejo falar de nossos filhos, de suas preocupações com o futuro deles, ou estou enganado?
– Ah lá vem você com sua psicologia barata – ironizava.
– Angelina, assim me ofende, mas pense, não estou certo? Precisamos cuidar melhor de nossos filhos. Sustentar não significa só prover alimento, mas também condições para que eles possam encarar o futuro, estejam bem preparados ética e moralmente. Você mesma disse uma vez que criamos os filhos para o mundo. E como age para isso? Só compra maquiagem, pensa em passear, em gastar dinheiro. E nossos filhos onde ficam? Não assume, mas é, sim, egoísta.
– Seu cretino, sabia que de alguma forma iria chegar nesse assunto, me culpar por suas irresponsabilidades. Olha você, todo dia chega tarde, não perde uma cerveja com os amigos, o maldito futebol. E eu é que sou a culpada? A única? Analise-se bem, Cassiano. – os ânimos estão, como dizem, à flor da pele. Uma discussão necessária, creio...
– Tudo bem, não precisa me ofender... sabe que não gosto de baixaria, ainda mais pelo horário. Amo meus filhos e estou preocupado com eles, porque estão naquela fase: a aborrecência. E estão rodeados de perigos, sabe? Drogas, sexo... não quero nem pensar na minha filhinha com um homem.
– Cassiano, a Rebeca tem vinte anos e não é virgem desde os dezesseis. Então comece a pensar nisso, porque você está atrasado, e muito. O Cassinho também com vinte e três já não é mais um adolescente. Viu só quem é egoísta? Não sabe nada dos seus filhos... Pagar as contas é sua única obrigação? – o marido decerto refletiu. Na verdade, passou toda à noite a refletir na discussão que tivera com a esposa. Cassiano era do tipo de marido que acreditava que as obrigações do homem eram apenas prover um bem-estar à família, bem-estar financeiro. A família não era abastada, vivia, contudo, bem, viajava todo final de ano nas férias de família. E sempre, sempre havia uma discussãozinha à toa entre marido e mulher.
Naquela noite, Cassiano chorou, soluçava deitado no sofá da sala, encolhido, a pensar em sua vida e na de seus filhos. Rebeca não era mais virgem? Não podia crer que sua menininha não era mais... virgem, não era sua pequena donzela. Não sabia nem que pensar... Era um pai ausente para infelicidade própria. Os amigos depois do trabalho? não eram... era, na verdade, uma amante, nem sabia ao certo desde quando. Tragédia brasileira... como encarar o amanhã depois de Rebeca?

– Angie, bom dia, desculpe pelas coisas que disse ontem. – a esposa via na cara amassada do marido, nos olhos inchados, a noite mal dormida no sofá. – não dormi a noite toda a pensar nas coisas que me disse e naquelas que falei. E precisamos conversar. – rompeu no choro – eu, eu te amo tanto, tanto, mas sempre fui um calhorda com você e as crianças... reconheço meu erro, não reconheci em você, em tudo que construímos o meu futuro, a minha felicidade. Consegue me perdoar por tudo que fiz?
– Do que está falando? Não consigo entender ao que se refere!
– Me perdoa, apenas diga que me perdoa...
– Perdoar o que, criatura?
– Eu... eu te-tenho... uma amante. Me perdoa, por favor! Só tive coragem de confessar depois de tudo que conversamos ontem, depois da Rebeca... Saber que fui ausente em tudo e quero corrigir meu erro, consertar, refazer...
– Todo esse tempo você me fez de idiota? – as lágrimas caiam-lhe no rosto – por isso que não me procurava à noite? Estava sempre cansado! Até o futebol era uma desculpa pra se encontrar com, com... – nem conseguia dizer, era, era uma amante.
– Eu é que sou um idiota, um imbecil, por deixar minha família de lado por uma qualquer.
– Há quanto tempo você me trai?
– Pra que quer saber? Isso não leva a nada... não precisa saber disso, não precisa sofrer mais!
– Como não sofrer mais, Cassiano? Você joga uma bomba dentro de casa, da nossa família e não quer que... – o choro engasgava as palavras. – p... pergunte, que eu queira saber detalhes? Há quanto tempo você me trai? Quanto? Quem é a mulher?
– Se... sete anos... acho, me perdoa, amor!
– Amor? Sou alguma idiota? Acho que sim, por nunca ter percebido...
– Não fala assim... fale mais baixo, não quero que as crianças nos ouçam.
– Crianças? Que eles saibam que o pai deles é um imoral, um imbecil que não ama sua família. E ainda quis me culpar pelos problemas de casa?
– Eu amo vocês, não diga isso, sou louco por vocês... não conseguiria passar um só dia sem vocês.
– Pois terá que aprender, porque não quero mais ser sua esposa. – as palavras que lhe saiam doíam mais que a traição, afinal, Cassiano foi o único homem de sua vida, seu primeiro amor, pai de seus filhos, apesar da cólera momentânea o amava...
– Não diga isso, prefiro morrer... me perdoa! – ajoelhou ante a esposa a beijar-lhe os pés e molhá-los com suas lágrimas – me perdoa, me perdoa! Prometo que nunca mais vou olhar pra mulher nenhuma. Me perdoa.
– Perdoar? Eu é que tenho de me perdoar por ser tão burra, por escolher tão mal um marido. Bem fazem as mulheres que ficam solteiras... como me arrependo, não pelos meus filhos, mas você... Quem é a mulher?
– A Kátia...
– A Kátia, justamente, ela? Minha irmã? Ela sabe de todas as dificuldades de nosso casamento, das crises, de todo o tempo que abstivemos do sexo. Por quê ela, Cassiano? E ainda quer que o perdoe? Saia daqui... – rompia num choro de dor, permanecia inerte após o nome: Kátia! Sua irmã? Tinha de superar...

Quando os filhos souberam da traição do pai, odiaram-no, não queriam nem pensar... Choraram qual a mãe, um choro de desespero, de uma sofreguidão por também serem enganados pelo pai. No entanto, tinham de encarar a realidade: precisavam dali em diante trabalhar para ajudar nas despesas da casa, porque a mãe há tempos dedicava-se apenas ao lar, aos filhos. Precisavam apoiá-la, amá-la mais. Sempre fora boa esposa, boa mãe, jamais desconfiou do marido, justamente com a Kátia...
Intentava a irmã por vários dias a perdoá-la, perdoar o marido que a amava tanto. Afinal, sou sua única irmã e ele o pai de seus filhos.
– Ele não a quer mais? Pois fique com ele, vocês se merecem. Depois de tudo que tivemos, éramos tão unidas, jamais imaginei ouvir seu nome da boca dele. Não consigo perdoá-la. Por favor, não me procure e não ligue mais, esqueça que existo e diga o mesmo ao... sabe quem. – Bateu-lhe a porta.
Superar uma traição, ninguém supera, mas tenta conviver com a verdade. Angelina teve de reaprender a dormir, a tomar as decisões sozinha. Voltaria a lecionar, profissão a qual abandonara pelos filhos, pelo marido. Outra mulher rompeu a manhã, a Angelina Pagliare (não mais assinaria o nome de casada: Porto Pacheco).
Por algum tempo, Cassiano ainda rondava a circunvizinhança, em vão, ao passo que Angelina, era uma nova mulher, decidida a viver só, apenas ela e os filhos e os alunos nos quais encontrou a nova razão para a vida. Soube há alguns dias que os adúlteros viviam juntos. Que vivessem, porque não mais se importava com a opinião alheia, a nova Angelina não lhe permitia divagar nesses pensamentos ínfimos dos outros, dos outros eus, em suas inúteis opiniões.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Era ninguém

Então também percebi que, num país, uma coisa é o governo, outra coisa é o povo."
Ondjaki


Xuxa, na verdade, era uma passante acolhida pelas ruas da vila dos Tupinambás (o nome nos sugere a ideia de ser uma vila habitada por selvícolas, ou pelo menos, descendentes, contudo, foi-lhe atribuído por um de seus fundadores o qual apreciava a história de Hans Staden e a da tribo que o aprisionou), entregue à misericórdia alheia, à solidão e divagação de seus pensamentos. Os transeuntes eram também personagens passageiros em seus dias. Ninguém sabia ao certo de onde aquela mulher vinha, ou mesmo, qual era o seu verdadeiro nome.
Todos imaginávamos que era apenas uma figura a qual marchava duma esquina à outra a procura d’um canto em que pudesse pernoitar. Outros, ainda, ignoravam sua presença, era ninguém, uma indigente. Mal amada, mal vestida, mal cheirosa, uma louca que falava sozinha. Uns poucos lhe serviam, nos dias frios, um pão com alguma coisa e um copo de leite quente com achocolatado, davam-lhe as roupas velhas sem utilidade.

Dia desses, adentrou no coletivo, atravessou o corredor, em que muitos se afastavam mais que podiam para que ela não os esbarrasse. Quem ousaria sentar ao seu lado? Mulher mal cheirosa, louca... Uma infeliz. Desceu. Todos, enfim, podiam respirar – não um ar puro – ao menos respirar sem que o cheiro lhes causasse náuseas.

Os moradores do bairro eram amigáveis entre si. Eu mesma era uma dessas pessoas amigáveis, dava bom dia ao seu José, boa tarde ao seu João, um olá a dona Maria. No entanto, quando Xuxa se fazia presente, desviávamos o olhar, prendíamos a respiração, evitávamos pensar no assunto, afinal, cada um escolhe sua própria sorte, ou não...
Alguns acham cômodo o viver em família, o relacionar-se entre os iguais. Para Xuxa, o viver era ser ninguém: que pudesse incomodar, amar. Era provável a existência de família: esposo, filhos. Apenas seus pensamentos desconexos possuíam a resposta.

– Ela tem família. Você não sabia?
– Não. Como a senhora sabe?
– Outro dia, estava tão frio que fiquei com um dó da pobre... Então levei pra ela um pão com mortadela, umas bolachas e uma garrafa com leite e achocolatado e um cobertor velho. Aí comecei a conversar com ela, falei de Jesus, de seu amor pelas pessoas. E a partir daí, foi que ela me falou que tinha marido, filhos e que se chamava Maria de Lourdes e um dia saiu de casa...
– Simples assim?
– Pois é... Simples assim! Sabe minha filha – tratava-me sempre com carinho a dona Nair, quando conversávamos – fiquei triste por ela. Viver desse jeito, sem casa pra morar, sem família. Mas ela diz ser feliz assim... eu não entendo. Não consigo viver sem a minha família, sem os meus netos, minhas filhas e genros. Deus tenha misericórdia dela, coitada.
– Amém, amém! – era só que podia dizer. Alguém, ao menos, fazia algo àquela mulher. Quantos albergam pessoas as quais, um dia, foram importantíssimas: políticos, advogados, filósofos. E essas vivem a vagar pelas ruas, sem nome, nem pouso; vivem exiladas de si mesmas. Pior que morrer é sub-viver: sem passado, presente ou futuro. Ter dentro da carne putrefata um coração a bater.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Advento

“Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.” Lucas 2: 29-32
Regozijamo-nos, pois, Cristo veio ao mundo salvar. Entre os meses de novembro e janeiro, no nosso calendário cristão, celebramos a vinda do Deus que se tornou homem, aquele que se fez pecado e maldição por nós para nos dar a vida eterna pelo seu sangue na cruz. É dele o único, maravilhoso e poderoso nome pelo qual recebemos a salvação.

Simeão foi um homem que aguardou o Messias e como promessa do Espírito Santo vislumbrou a dádiva da promessa feita aos seus antepassados se cumprir: a Luz do mundo, a estrela de Davi nascera; e deu louvores a Deus!

Milhares esperaram a vinda do Messias: o desejado das nações. Há muitos que ainda o esperam entre os judeus. Nós, contudo, já o temos em nossas vidas e o celebramos em nossos cultos de adoração; especialmente, neste mês em que comemoramos a boa notícia, o NATAL: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de 'Conselheiro Maravilhoso', 'Deus Poderoso', 'Pai Eterno', 'Príncipe da Paz'.” Isaías 9:6

Glorifiquemos e proclamemos o Salvador do mundo!

“Por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor, louvemos o único Deus, o nosso Salvador, a quem pertencem a glória, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos, agora e para sempre! Amém!” Judas 25


Deus nos abençoe ricamente em Cristo Jesus!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Digno de todo louvor

“Então eles se jogaram diante do trono, encostaram o rosto no chão e adoraram a Deus, dizendo: - Amém! Ao nosso Deus pertencem para todo o sempre o louvor, a glória, a sabedoria, a gratidão, a honra, o poder e a força! Amém!” Apocalipse 7:11b-12

Dentre os dons distribuídos por Cristo Jesus, o da música é de fato fundamental na nossa vida cristã diária; sobretudo, como no versículo acima em que o Deus Trino é glorificado e digno de nosso louvor. Por isso agraciou a todos porque “no meio dos louvores Deus habita” ou conforme a primeira pergunta do nosso Catecismo Maior: “Qual é o fim supremo e principal do homem? O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.”
Conforme os dois primeiros versículos do segundo capítulo da Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo afirma e orienta-nos a uma vida de adoração a Deus total e completa, pois o louvor é agradável ao Senhor. Nossa vida deve ser um culto diário ao Senhor, “essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus...” Tito 2:12. Assim também os judeus louvavam a Deus em todas as ocasiões para agradecê-lO pelas bênçãos derramadas sobre eles, dentre elas: em sepultamentos, para comemorar vitórias, em casamentos e em reuniões de adoração. No primeiro livro das Crônicas no capítulo dezesseis verso quatro, o rei Davi nomeou alguns levitas para dirigirem a adoração ao Senhor em frente da Arca da Aliança, Asafe foi nomeado o chefe deles, autor de doze salmos. O livro dos Salmos foi composto e musicado com o propósito de o povo cantá-lo nas reuniões de adoração e foi usado por muito tempo por nós, cristãos. A história do mundo judeu e cristão foi e é circundada pela música.
Na história do povo judeu, os descendentes de Caim foram os fundadores da “cultura”, Jubal (Gn 4:21) foi o antepassado de todos os músicos que tocavam lira e flauta.
No Evangelho de Lucas, há um registro de quatro hinos cristãos, os Hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o Magnificat – anuncia a grandeza (Lc 1:46-55), o Benedictus – louvemos o Senhor (Lc 1:68-79), o Nunc Dimitis – podes deixar partir (Lc 2:29-32) e o Gloria in Excelsis – glória nas alturas (Lc 2:14). Não podemos deixar de mencionar a importância do Advento, o qual está inserido no nosso calendário cristão, período no qual a Igreja não apenas relembra a vinda de Cristo como tem os olhos voltados para a sua segunda vinda (período o qual se iniciou no domingo dia vinte e oito de novembro).
Os irmãos, certamente, está a se perguntar: por que este texto foi composto? Circundamos dentro da história o tema da música, da adoração, do culto porque no dia vinte de novembro, celebramos e agradecemos pelo dia do músico cristão, dia em que o Rev. João Wilson Faustini nasceu e todos os coralistas e músicos sabem a importância desse dia para a música sacra. Também temos à memória nesta mesma data o nascimento da nossa querida e saudosa irmã Léa Denise Mendonça Rezende.
Desejamos render graças a Deus pela vida das pessoas, nas quais o seu Santo Espírito depositou uma porção a mais do dom da música: poetas, compositores, musicistas, músicos, coralistas e cantores. Àqueles que o louvam em Espírito e em Verdade quer na terra, quer na glória – os saudosos irmãos e irmãs em Cristo, os quais louvam e adoram ao Deus Altíssimo no céu. Nós, como protestantes, não podemos esquecer que os reformadores atribuíam especial importância ao canto congregacional, por isso reunimo-nos como Igreja para adorarmos a Deus em uníssono.
Desejamos compartilhar também com os irmãos a bênção do nosso hinário, o qual foi inspirado no “Salmos e Hinos” que completou na última quarta-feira, dia dezessete, cento e quarenta e nove anos desde a primeira vez em que os evangélicos brasileiros cantaram-no na Igreja Evangélica Fluminense. Rendamos graças pela vida da nossa irmã Sarah P. Kalley e seu marido Rev. Robert R. Kalley, os quais o organizaram; por irmãos como Fanny Crosby, uma poetisa cega que compôs mais de nove mil poesias e hinos, dos quais muitos cantamos com nosso CTP, como: 35 – Vem, Espírito Divino, 52 – O grande amor de Deus, 109 – A História de Cristo, 198 – Que segurança, 203 – Quero o Salvador comigo, 278 – Igreja, Alerta!, 309 – Serviço do Crente, 366 – Ao pé da Cruz.
E rogamos para que o Senhor continue a inspirar um novo cântico em nós cristãos, para “que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai.” Cl 3:16-17

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Enfim...

A lembrança de Efigênia perturbara-me deveras... Por onde andas? Por quais cidades, ou ruas? Efigênia!
A mulher de meus estranhamentos, de minhas indagações, de minhas saudades e de meus insights... Trouxera, no espelho, tua imagem tão límpida, tão tênue. Vi-me tão jovem, tão vivo... Ocultara-te de mim. O eu de mim envelhecera; precisei tanto de ti; o teu eu fundiu-se em mim. Ressuscitou-me... teu reflexo no espelho, trouxe-me de novo a mim; quiçá, uma existência efêmera, contudo, estou vivo, graças ao teu maravilhoso ser.

Querida Efigênia, recebemos-te, calorosamente, felizes, peito aberto, prontos a amar-te. Bem sei, errei ao deixar-te partir, no entanto, estás de volta; pronta a amar-me outra vez. Mereço-te? Teu filho sofreu a tua ausência. A saudade tirou-lhe a alegria dos dias de verão. Menino triste, vivera os dias cinzas d’um outono infindo como eu, a tua espera. A esperar o ranger da porta no final das tardes.
Foste cruel, meu amor; sei, porém, que tua presença, hoje, és mais importante, trouxeste contigo a alegria dos dias de verão, dos dias pelos quais teu filho e eu esperávamos viver novamente ao teu lado. Fomos agraciados pela tua doce e feliz presença, almas vivificadas pelos teus lindos olhos azuis.
As vicissitudes dos dias cinzas findaram quimericamente. Realizara em nós o “felizes para sempre” dos contos de fada dos quais teu filho não esquecera, porquanto recitados por tua dulcíssima voz ao pé de sua cama.
Renato sonhava todas as noites contigo. Eu sonhava-me acordado com as noites de amor as quais tivemos, com os dias felizes. O tempo, amiude, venceu-me; a saudade doía qual ferida exposta; meu coração? Sibilava teu nome: Efigênia, Efigênia... descomedido, inconsequente... Efigênia, Efigênia... inquietava-me o sono, os dias, a vida. No entanto, estás de volta, pronta a amar-me outra vez.
Tua presença, teu amor irradiam meu ser. Tua ausência eclipsou-me a alma. A casa sombria outrossim espreitava a esquina a tua espera: dias, noites, semanas, meses e anos. Mau dia me levantei em que tu partiste a levar contigo minh’alma e a de teu filho. Precisávamos de ti, amor meu, todos os intermináveis dias; conflitos infindáveis sem ti para acalmar-nos o ânimo, afagar-nos a face.
Vês como tua chegada devolveu vida a nós, a casa? Sou grato a ti pelos dias os quais passei ausente de mim mesmo, aprendi a lição, árdua, confesso, mas aprendi. Fomos contigo e regressamos d’uma tempestade, enfim, a bonança. Perdoa-me pelos erros que cometi? Prometo ouvir-te, amar-te mais que amo.
Acalma-me com teu beijo, teu abraço, amor.
Vês como teu filho cresceu? Minha barba? ficou por fazer... os cabelos brancos representam, teatralmente, o drama de meus dias sem ti.
Teu perfume volveu as cores às flores do jardim, vês como alegres ornam nossa casa? ‘Té o sol obscureceu; a quem iria alumiar, se tu és a razão de sua existência? A luz da lua fugiu contigo. No teu regresso, o mundo, os astros voltaram ao seu labor. Os pássaros deixaram de cantar, bramiam, em coro, teu nome: EFIGÊNIA, EFIGÊNIA...
Todos somos gratos por teu regresso, extinguimos de nossas faces o quê sorumbático dos dias sem ti.

Teu para sempre,
Armando
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