terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O poder das Mulheres

Escrito por Caio Fábio
Dom, 07 de Novembro de 2010 22:40


As mulheres são os seres mais poderosos da Terra. Sexo frágil? Qual? Na realidade o que se deveria dizer é que sexo é o fraco dos homens, e o forte das mulheres. Como? Ora, desde sempre foi assim. A própria narrativa do Gênesis diz que a mulher foi quem persuadiu o homem a comer do fruto. Sim, a mulher tem poder para fazer o homem comer qualquer fruto.
De fato, tal poder de persuasão decorre dessa força frágil, que geme, que pede, que insinua, que paga com “alegrias”, que põe o homem no caminho do desejo de possuir, sem saber que ele é o possuído; isto quando a mulher é sábia. Na minha maneira de ver não há nada de errado em possuir tal poder. Afinal, essa persuasão é uma dádiva divina. O problema é que na maioria das vezes esse poder é usado de modo burro e insensato. Sim, porque ao invés de se persuadir para o que bom, para o que concilia e promove a paz, e para tudo aquilo que possa ser sedução da sensatez, essa força é, muitas vezes, apenas usada para manipular e para negociar com o homem, e nos termos distorcidos dos machos. Assim, esse maravilhoso poder passa a só ser percebido como sedução sexual, e quase nunca como poder para exercer a persuasão da sabedoria. Isto porque é minha convicção que toda mulher que decide usar esse poder para o bem, vem a tornar-se o ser mais desejável e bem-aventurado que pode existir na vida. Infelizmente, no entanto, as invejas, as vaidades, as competições pequenas, e a mesquinharia, acabam por fazer com tal poder acabe por ser quase sempre apenas sedução para a guerra ou para a manipulação que torna a mulher menos mulher, e mais parecida com o homem. Na realidade as mulheres parecem ter perdido a ambição da persuasão da sabedoria. De fato, a mulher sábia está fora de moda, e as que ainda existem têm medo de se manifestar, visto que sensatez virou caretice para boa parte das mulheres. Então, vê-se essa virtude e poder sendo usados para se ‘revolver’ no pior da vida, e não para propor e viver a vida que constrange pela sabedoria. De fato me alegro imensamente quando encontro uma mulher que é mais confiante na sabedoria do que na sedução, e mais comprometida com o poder do bom senso do que com a capacidade de usar seu poder para coisas pequenas, embora consideradas intocáveis como espertezas femininas. Todo fruto, mesmo que venenoso, sendo dado por uma mulher, tem o poder de se tornar irresistível. Mas a mulher precisa recuperar a percepção de que sua grande força é ser mulher que persuade para o bem. Não é à toa que Paulo diz que a mulher é a glória do homem! “Glória”, antes de ser nome de mulher, deve ser o estado saudável do ser feminino.


Que Deus nos abençoe

Caio Fábio

http://www.caiofabio.com/
Fonte:
http://www.revistasalvador.com/index.php?option=com_content&view=article&id=119:o-poder-das-mulheres&catid=75:caio-fabio&Itemid=60

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em tempos de Eu...

"Só a vida ensina a viver. É preciso a gente ver primeiro tudo que a vida tem de mau e de sórdido para depois podermos descobrir o que ela tem de belo e de bom, de profundamente bom." Érico Veríssimo

– Mas que é sustentabilidade? Sustentável, que tantos falam ultimamente na televisão? – interrogava Angelina.
– Na dúvida, vejamos o Aurélio. – respondia-lhe Cassiano – Hum, sustentar: “Segurar para que não caia; suster, suportar. Afirmar categoricamente. Confirmar. Resistir a. Conservar, manter. Alimentar física e moralmente. Prover de víveres ou munições. Impedir a ruína ou queda de. Animar, alentar. Sofrer com resignação; aguentar. Defender com argumentos ou razões. Pelejar a favor de. Conservar a mesma posição; suster-se. Alimentar- -se.”. Entendeu?
– Não, meu bem, eu sei o que significa sustentar, mas o que não entendo é o significado disso na preservação do meio ambiente, do mundo. O que são esses tais métodos sustentáveis? – redarguia-lhe.
– Li uma definição interessante outro dia, olha só: “desenvolvimento sustentável é aquele que gera recursos hoje, garantindo as necessidades das gerações presentes, sem comprometer o direito que as gerações de amanhã têm de usufruir esses mesmos recursos.” Eu acredito que seja uma forma de promover um bem-estar à humanidade, ao mundo, sem prejudicar nenhuma geração, principalmente, as futuras. Porque todos temos sofrido com a irresponsabilidade do Homem. Às vezes, eu penso que a tecnologia também contribuiu pra esse caos do mundo. As empresas têm se preocupado com o meio ambiente. Mas veja só, por exemplo, tentam nos conscientizar que devemos preservar o meio ambiente, separar o lixo, reutilizar as coisas, como o papel, e a grande controvérsia: é o papel mais caro. Não acha estranho?
– Estranhíssimo... Cassiano, você trabalha numa empresa que utiliza esses recursos que falou, mas eles capacitam as pessoas para não só ter essa consciência, mas agir também?
– Sim e não... depende de cada pessoa, adianta ensinar uma pessoa que não tem boa vontade, que só pensa em si? Ultimamente, vivemos nos tempos do “eu”, o “cada um por si e Deus para todos”. E quanto a nós, que fazemos para sustentar o meio ambiente, ou pelo menos, o meio em que vivemos?
– Economizar água, luz, separar o lixo, varrer a calçada, ao invés de, esperdiçar água, juntar toda a roupa para lavar d’uma vez. Mas sempre deixamos que algo escape... Nós assistimos à televisão enquanto o computador fica ligado à toa. A solução, querido, é voltarmos à idade da pedra... – um riso saia boca afora. Talvez, fosse uma revolução a que propunha ao marido. Quem, hoje, se submeteria a aceitar algumas restrições no seu cotidiano? Quem se preocupa com a preservação da Mata Atlântica ou da Amazônia? São coisas a se pensar... O casal discutia a respeito de questões fora do comum a qualquer casal da atualidade. Não acham? Que pais ensinam aos filhos a não jogar um lixinho na rua, na praia? A não maltratar um pobre animalzinho indefeso? Ou os conceitos primordiais (éticos e morais) a qualquer pessoa?
– Boa consciência...
– Poucos têm, acho... Mesmo nós falamos disso, hoje é um dia incomum. Essa preocupação, deixamos sempre ao próximo, às ONG... por isso o mundo está desse jeito.
– Amor, pense comigo: temos sido bons pais? Sustentamos nossos filhos em todos os sentidos? Eu me sinto tão distante das crianças... você me questiona sobre essas coisas, mas não a vejo falar de nossos filhos, de suas preocupações com o futuro deles, ou estou enganado?
– Ah lá vem você com sua psicologia barata – ironizava.
– Angelina, assim me ofende, mas pense, não estou certo? Precisamos cuidar melhor de nossos filhos. Sustentar não significa só prover alimento, mas também condições para que eles possam encarar o futuro, estejam bem preparados ética e moralmente. Você mesma disse uma vez que criamos os filhos para o mundo. E como age para isso? Só compra maquiagem, pensa em passear, em gastar dinheiro. E nossos filhos onde ficam? Não assume, mas é, sim, egoísta.
– Seu cretino, sabia que de alguma forma iria chegar nesse assunto, me culpar por suas irresponsabilidades. Olha você, todo dia chega tarde, não perde uma cerveja com os amigos, o maldito futebol. E eu é que sou a culpada? A única? Analise-se bem, Cassiano. – os ânimos estão, como dizem, à flor da pele. Uma discussão necessária, creio...
– Tudo bem, não precisa me ofender... sabe que não gosto de baixaria, ainda mais pelo horário. Amo meus filhos e estou preocupado com eles, porque estão naquela fase: a aborrecência. E estão rodeados de perigos, sabe? Drogas, sexo... não quero nem pensar na minha filhinha com um homem.
– Cassiano, a Rebeca tem vinte anos e não é virgem desde os dezesseis. Então comece a pensar nisso, porque você está atrasado, e muito. O Cassinho também com vinte e três já não é mais um adolescente. Viu só quem é egoísta? Não sabe nada dos seus filhos... Pagar as contas é sua única obrigação? – o marido decerto refletiu. Na verdade, passou toda à noite a refletir na discussão que tivera com a esposa. Cassiano era do tipo de marido que acreditava que as obrigações do homem eram apenas prover um bem-estar à família, bem-estar financeiro. A família não era abastada, vivia, contudo, bem, viajava todo final de ano nas férias de família. E sempre, sempre havia uma discussãozinha à toa entre marido e mulher.
Naquela noite, Cassiano chorou, soluçava deitado no sofá da sala, encolhido, a pensar em sua vida e na de seus filhos. Rebeca não era mais virgem? Não podia crer que sua menininha não era mais... virgem, não era sua pequena donzela. Não sabia nem que pensar... Era um pai ausente para infelicidade própria. Os amigos depois do trabalho? não eram... era, na verdade, uma amante, nem sabia ao certo desde quando. Tragédia brasileira... como encarar o amanhã depois de Rebeca?

– Angie, bom dia, desculpe pelas coisas que disse ontem. – a esposa via na cara amassada do marido, nos olhos inchados, a noite mal dormida no sofá. – não dormi a noite toda a pensar nas coisas que me disse e naquelas que falei. E precisamos conversar. – rompeu no choro – eu, eu te amo tanto, tanto, mas sempre fui um calhorda com você e as crianças... reconheço meu erro, não reconheci em você, em tudo que construímos o meu futuro, a minha felicidade. Consegue me perdoar por tudo que fiz?
– Do que está falando? Não consigo entender ao que se refere!
– Me perdoa, apenas diga que me perdoa...
– Perdoar o que, criatura?
– Eu... eu te-tenho... uma amante. Me perdoa, por favor! Só tive coragem de confessar depois de tudo que conversamos ontem, depois da Rebeca... Saber que fui ausente em tudo e quero corrigir meu erro, consertar, refazer...
– Todo esse tempo você me fez de idiota? – as lágrimas caiam-lhe no rosto – por isso que não me procurava à noite? Estava sempre cansado! Até o futebol era uma desculpa pra se encontrar com, com... – nem conseguia dizer, era, era uma amante.
– Eu é que sou um idiota, um imbecil, por deixar minha família de lado por uma qualquer.
– Há quanto tempo você me trai?
– Pra que quer saber? Isso não leva a nada... não precisa saber disso, não precisa sofrer mais!
– Como não sofrer mais, Cassiano? Você joga uma bomba dentro de casa, da nossa família e não quer que... – o choro engasgava as palavras. – p... pergunte, que eu queira saber detalhes? Há quanto tempo você me trai? Quanto? Quem é a mulher?
– Se... sete anos... acho, me perdoa, amor!
– Amor? Sou alguma idiota? Acho que sim, por nunca ter percebido...
– Não fala assim... fale mais baixo, não quero que as crianças nos ouçam.
– Crianças? Que eles saibam que o pai deles é um imoral, um imbecil que não ama sua família. E ainda quis me culpar pelos problemas de casa?
– Eu amo vocês, não diga isso, sou louco por vocês... não conseguiria passar um só dia sem vocês.
– Pois terá que aprender, porque não quero mais ser sua esposa. – as palavras que lhe saiam doíam mais que a traição, afinal, Cassiano foi o único homem de sua vida, seu primeiro amor, pai de seus filhos, apesar da cólera momentânea o amava...
– Não diga isso, prefiro morrer... me perdoa! – ajoelhou ante a esposa a beijar-lhe os pés e molhá-los com suas lágrimas – me perdoa, me perdoa! Prometo que nunca mais vou olhar pra mulher nenhuma. Me perdoa.
– Perdoar? Eu é que tenho de me perdoar por ser tão burra, por escolher tão mal um marido. Bem fazem as mulheres que ficam solteiras... como me arrependo, não pelos meus filhos, mas você... Quem é a mulher?
– A Kátia...
– A Kátia, justamente, ela? Minha irmã? Ela sabe de todas as dificuldades de nosso casamento, das crises, de todo o tempo que abstivemos do sexo. Por quê ela, Cassiano? E ainda quer que o perdoe? Saia daqui... – rompia num choro de dor, permanecia inerte após o nome: Kátia! Sua irmã? Tinha de superar...

Quando os filhos souberam da traição do pai, odiaram-no, não queriam nem pensar... Choraram qual a mãe, um choro de desespero, de uma sofreguidão por também serem enganados pelo pai. No entanto, tinham de encarar a realidade: precisavam dali em diante trabalhar para ajudar nas despesas da casa, porque a mãe há tempos dedicava-se apenas ao lar, aos filhos. Precisavam apoiá-la, amá-la mais. Sempre fora boa esposa, boa mãe, jamais desconfiou do marido, justamente com a Kátia...
Intentava a irmã por vários dias a perdoá-la, perdoar o marido que a amava tanto. Afinal, sou sua única irmã e ele o pai de seus filhos.
– Ele não a quer mais? Pois fique com ele, vocês se merecem. Depois de tudo que tivemos, éramos tão unidas, jamais imaginei ouvir seu nome da boca dele. Não consigo perdoá-la. Por favor, não me procure e não ligue mais, esqueça que existo e diga o mesmo ao... sabe quem. – Bateu-lhe a porta.
Superar uma traição, ninguém supera, mas tenta conviver com a verdade. Angelina teve de reaprender a dormir, a tomar as decisões sozinha. Voltaria a lecionar, profissão a qual abandonara pelos filhos, pelo marido. Outra mulher rompeu a manhã, a Angelina Pagliare (não mais assinaria o nome de casada: Porto Pacheco).
Por algum tempo, Cassiano ainda rondava a circunvizinhança, em vão, ao passo que Angelina, era uma nova mulher, decidida a viver só, apenas ela e os filhos e os alunos nos quais encontrou a nova razão para a vida. Soube há alguns dias que os adúlteros viviam juntos. Que vivessem, porque não mais se importava com a opinião alheia, a nova Angelina não lhe permitia divagar nesses pensamentos ínfimos dos outros, dos outros eus, em suas inúteis opiniões.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Era ninguém

Então também percebi que, num país, uma coisa é o governo, outra coisa é o povo."
Ondjaki


Xuxa, na verdade, era uma passante acolhida pelas ruas da vila dos Tupinambás (o nome nos sugere a ideia de ser uma vila habitada por selvícolas, ou pelo menos, descendentes, contudo, foi-lhe atribuído por um de seus fundadores o qual apreciava a história de Hans Staden e a da tribo que o aprisionou), entregue à misericórdia alheia, à solidão e divagação de seus pensamentos. Os transeuntes eram também personagens passageiros em seus dias. Ninguém sabia ao certo de onde aquela mulher vinha, ou mesmo, qual era o seu verdadeiro nome.
Todos imaginávamos que era apenas uma figura a qual marchava duma esquina à outra a procura d’um canto em que pudesse pernoitar. Outros, ainda, ignoravam sua presença, era ninguém, uma indigente. Mal amada, mal vestida, mal cheirosa, uma louca que falava sozinha. Uns poucos lhe serviam, nos dias frios, um pão com alguma coisa e um copo de leite quente com achocolatado, davam-lhe as roupas velhas sem utilidade.

Dia desses, adentrou no coletivo, atravessou o corredor, em que muitos se afastavam mais que podiam para que ela não os esbarrasse. Quem ousaria sentar ao seu lado? Mulher mal cheirosa, louca... Uma infeliz. Desceu. Todos, enfim, podiam respirar – não um ar puro – ao menos respirar sem que o cheiro lhes causasse náuseas.

Os moradores do bairro eram amigáveis entre si. Eu mesma era uma dessas pessoas amigáveis, dava bom dia ao seu José, boa tarde ao seu João, um olá a dona Maria. No entanto, quando Xuxa se fazia presente, desviávamos o olhar, prendíamos a respiração, evitávamos pensar no assunto, afinal, cada um escolhe sua própria sorte, ou não...
Alguns acham cômodo o viver em família, o relacionar-se entre os iguais. Para Xuxa, o viver era ser ninguém: que pudesse incomodar, amar. Era provável a existência de família: esposo, filhos. Apenas seus pensamentos desconexos possuíam a resposta.

– Ela tem família. Você não sabia?
– Não. Como a senhora sabe?
– Outro dia, estava tão frio que fiquei com um dó da pobre... Então levei pra ela um pão com mortadela, umas bolachas e uma garrafa com leite e achocolatado e um cobertor velho. Aí comecei a conversar com ela, falei de Jesus, de seu amor pelas pessoas. E a partir daí, foi que ela me falou que tinha marido, filhos e que se chamava Maria de Lourdes e um dia saiu de casa...
– Simples assim?
– Pois é... Simples assim! Sabe minha filha – tratava-me sempre com carinho a dona Nair, quando conversávamos – fiquei triste por ela. Viver desse jeito, sem casa pra morar, sem família. Mas ela diz ser feliz assim... eu não entendo. Não consigo viver sem a minha família, sem os meus netos, minhas filhas e genros. Deus tenha misericórdia dela, coitada.
– Amém, amém! – era só que podia dizer. Alguém, ao menos, fazia algo àquela mulher. Quantos albergam pessoas as quais, um dia, foram importantíssimas: políticos, advogados, filósofos. E essas vivem a vagar pelas ruas, sem nome, nem pouso; vivem exiladas de si mesmas. Pior que morrer é sub-viver: sem passado, presente ou futuro. Ter dentro da carne putrefata um coração a bater.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Advento

“Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel.” Lucas 2: 29-32
Regozijamo-nos, pois, Cristo veio ao mundo salvar. Entre os meses de novembro e janeiro, no nosso calendário cristão, celebramos a vinda do Deus que se tornou homem, aquele que se fez pecado e maldição por nós para nos dar a vida eterna pelo seu sangue na cruz. É dele o único, maravilhoso e poderoso nome pelo qual recebemos a salvação.

Simeão foi um homem que aguardou o Messias e como promessa do Espírito Santo vislumbrou a dádiva da promessa feita aos seus antepassados se cumprir: a Luz do mundo, a estrela de Davi nascera; e deu louvores a Deus!

Milhares esperaram a vinda do Messias: o desejado das nações. Há muitos que ainda o esperam entre os judeus. Nós, contudo, já o temos em nossas vidas e o celebramos em nossos cultos de adoração; especialmente, neste mês em que comemoramos a boa notícia, o NATAL: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de 'Conselheiro Maravilhoso', 'Deus Poderoso', 'Pai Eterno', 'Príncipe da Paz'.” Isaías 9:6

Glorifiquemos e proclamemos o Salvador do mundo!

“Por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor, louvemos o único Deus, o nosso Salvador, a quem pertencem a glória, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos, agora e para sempre! Amém!” Judas 25


Deus nos abençoe ricamente em Cristo Jesus!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Digno de todo louvor

“Então eles se jogaram diante do trono, encostaram o rosto no chão e adoraram a Deus, dizendo: - Amém! Ao nosso Deus pertencem para todo o sempre o louvor, a glória, a sabedoria, a gratidão, a honra, o poder e a força! Amém!” Apocalipse 7:11b-12

Dentre os dons distribuídos por Cristo Jesus, o da música é de fato fundamental na nossa vida cristã diária; sobretudo, como no versículo acima em que o Deus Trino é glorificado e digno de nosso louvor. Por isso agraciou a todos porque “no meio dos louvores Deus habita” ou conforme a primeira pergunta do nosso Catecismo Maior: “Qual é o fim supremo e principal do homem? O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.”
Conforme os dois primeiros versículos do segundo capítulo da Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo afirma e orienta-nos a uma vida de adoração a Deus total e completa, pois o louvor é agradável ao Senhor. Nossa vida deve ser um culto diário ao Senhor, “essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus...” Tito 2:12. Assim também os judeus louvavam a Deus em todas as ocasiões para agradecê-lO pelas bênçãos derramadas sobre eles, dentre elas: em sepultamentos, para comemorar vitórias, em casamentos e em reuniões de adoração. No primeiro livro das Crônicas no capítulo dezesseis verso quatro, o rei Davi nomeou alguns levitas para dirigirem a adoração ao Senhor em frente da Arca da Aliança, Asafe foi nomeado o chefe deles, autor de doze salmos. O livro dos Salmos foi composto e musicado com o propósito de o povo cantá-lo nas reuniões de adoração e foi usado por muito tempo por nós, cristãos. A história do mundo judeu e cristão foi e é circundada pela música.
Na história do povo judeu, os descendentes de Caim foram os fundadores da “cultura”, Jubal (Gn 4:21) foi o antepassado de todos os músicos que tocavam lira e flauta.
No Evangelho de Lucas, há um registro de quatro hinos cristãos, os Hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o Magnificat – anuncia a grandeza (Lc 1:46-55), o Benedictus – louvemos o Senhor (Lc 1:68-79), o Nunc Dimitis – podes deixar partir (Lc 2:29-32) e o Gloria in Excelsis – glória nas alturas (Lc 2:14). Não podemos deixar de mencionar a importância do Advento, o qual está inserido no nosso calendário cristão, período no qual a Igreja não apenas relembra a vinda de Cristo como tem os olhos voltados para a sua segunda vinda (período o qual se iniciou no domingo dia vinte e oito de novembro).
Os irmãos, certamente, está a se perguntar: por que este texto foi composto? Circundamos dentro da história o tema da música, da adoração, do culto porque no dia vinte de novembro, celebramos e agradecemos pelo dia do músico cristão, dia em que o Rev. João Wilson Faustini nasceu e todos os coralistas e músicos sabem a importância desse dia para a música sacra. Também temos à memória nesta mesma data o nascimento da nossa querida e saudosa irmã Léa Denise Mendonça Rezende.
Desejamos render graças a Deus pela vida das pessoas, nas quais o seu Santo Espírito depositou uma porção a mais do dom da música: poetas, compositores, musicistas, músicos, coralistas e cantores. Àqueles que o louvam em Espírito e em Verdade quer na terra, quer na glória – os saudosos irmãos e irmãs em Cristo, os quais louvam e adoram ao Deus Altíssimo no céu. Nós, como protestantes, não podemos esquecer que os reformadores atribuíam especial importância ao canto congregacional, por isso reunimo-nos como Igreja para adorarmos a Deus em uníssono.
Desejamos compartilhar também com os irmãos a bênção do nosso hinário, o qual foi inspirado no “Salmos e Hinos” que completou na última quarta-feira, dia dezessete, cento e quarenta e nove anos desde a primeira vez em que os evangélicos brasileiros cantaram-no na Igreja Evangélica Fluminense. Rendamos graças pela vida da nossa irmã Sarah P. Kalley e seu marido Rev. Robert R. Kalley, os quais o organizaram; por irmãos como Fanny Crosby, uma poetisa cega que compôs mais de nove mil poesias e hinos, dos quais muitos cantamos com nosso CTP, como: 35 – Vem, Espírito Divino, 52 – O grande amor de Deus, 109 – A História de Cristo, 198 – Que segurança, 203 – Quero o Salvador comigo, 278 – Igreja, Alerta!, 309 – Serviço do Crente, 366 – Ao pé da Cruz.
E rogamos para que o Senhor continue a inspirar um novo cântico em nós cristãos, para “que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai.” Cl 3:16-17

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Enfim...

A lembrança de Efigênia perturbara-me deveras... Por onde andas? Por quais cidades, ou ruas? Efigênia!
A mulher de meus estranhamentos, de minhas indagações, de minhas saudades e de meus insights... Trouxera, no espelho, tua imagem tão límpida, tão tênue. Vi-me tão jovem, tão vivo... Ocultara-te de mim. O eu de mim envelhecera; precisei tanto de ti; o teu eu fundiu-se em mim. Ressuscitou-me... teu reflexo no espelho, trouxe-me de novo a mim; quiçá, uma existência efêmera, contudo, estou vivo, graças ao teu maravilhoso ser.

Querida Efigênia, recebemos-te, calorosamente, felizes, peito aberto, prontos a amar-te. Bem sei, errei ao deixar-te partir, no entanto, estás de volta; pronta a amar-me outra vez. Mereço-te? Teu filho sofreu a tua ausência. A saudade tirou-lhe a alegria dos dias de verão. Menino triste, vivera os dias cinzas d’um outono infindo como eu, a tua espera. A esperar o ranger da porta no final das tardes.
Foste cruel, meu amor; sei, porém, que tua presença, hoje, és mais importante, trouxeste contigo a alegria dos dias de verão, dos dias pelos quais teu filho e eu esperávamos viver novamente ao teu lado. Fomos agraciados pela tua doce e feliz presença, almas vivificadas pelos teus lindos olhos azuis.
As vicissitudes dos dias cinzas findaram quimericamente. Realizara em nós o “felizes para sempre” dos contos de fada dos quais teu filho não esquecera, porquanto recitados por tua dulcíssima voz ao pé de sua cama.
Renato sonhava todas as noites contigo. Eu sonhava-me acordado com as noites de amor as quais tivemos, com os dias felizes. O tempo, amiude, venceu-me; a saudade doía qual ferida exposta; meu coração? Sibilava teu nome: Efigênia, Efigênia... descomedido, inconsequente... Efigênia, Efigênia... inquietava-me o sono, os dias, a vida. No entanto, estás de volta, pronta a amar-me outra vez.
Tua presença, teu amor irradiam meu ser. Tua ausência eclipsou-me a alma. A casa sombria outrossim espreitava a esquina a tua espera: dias, noites, semanas, meses e anos. Mau dia me levantei em que tu partiste a levar contigo minh’alma e a de teu filho. Precisávamos de ti, amor meu, todos os intermináveis dias; conflitos infindáveis sem ti para acalmar-nos o ânimo, afagar-nos a face.
Vês como tua chegada devolveu vida a nós, a casa? Sou grato a ti pelos dias os quais passei ausente de mim mesmo, aprendi a lição, árdua, confesso, mas aprendi. Fomos contigo e regressamos d’uma tempestade, enfim, a bonança. Perdoa-me pelos erros que cometi? Prometo ouvir-te, amar-te mais que amo.
Acalma-me com teu beijo, teu abraço, amor.
Vês como teu filho cresceu? Minha barba? ficou por fazer... os cabelos brancos representam, teatralmente, o drama de meus dias sem ti.
Teu perfume volveu as cores às flores do jardim, vês como alegres ornam nossa casa? ‘Té o sol obscureceu; a quem iria alumiar, se tu és a razão de sua existência? A luz da lua fugiu contigo. No teu regresso, o mundo, os astros voltaram ao seu labor. Os pássaros deixaram de cantar, bramiam, em coro, teu nome: EFIGÊNIA, EFIGÊNIA...
Todos somos gratos por teu regresso, extinguimos de nossas faces o quê sorumbático dos dias sem ti.

Teu para sempre,
Armando

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Museu da Bíblia sedia encontro de pessoas com deficiência visual







Pelo quarto ano consecutivo, o Museu da Bíblia sediou o Encontro de Deficientes Visuais e instituições que trabalham com este público. Promovido pela Sociedade Bíblica do Brasil, o evento foi realizado no dia 23 de outubro, reunindo mais de 300 visitantes para um encontro de confraternização. A iniciativa integra o programa A Bíblia para Pessoas com Deficiência Visual, mantido há mais de 15 anos pela SBB. A programação teve início com a palestra A Bíblia como Instrumento de Inclusão Social, proferida pelo secretário de Comunicação e Ação Social da SBB, Erní Seibert. Depois de dar as boas-vindas, Seibert destacou que uma das riquezas da humanidade são as diferenças. “A Bíblia é um livro de inclusão social. No texto bíblico aprendemos os princípios que tornam possível a inclusão: o amor, o perdão e a tolerância. É por isso que a SBB utiliza a Bíblia como livro que promove a inclusão. Inclusão significa conviver com a diferença, como é o exemplo de Cristo”, ressaltou o secretário. Os organizadores convidaram os participantes que ainda não se cadastraram a integrar o programa A Bíblia para Pessoas com Deficiência Visual. A SBB produz, desde 2002, a Bíblia Sagrada completa em braile, na língua portuguesa, cujos exemplares são distribuídos gratuitamente a mais de 2,5 mil pessoas cadastradas, juntamente com o material em áudio. Além disso, a entidade desenvolve outros projetos que focam as pessoas com deficiências. “No próximo ano, já devemos ter a primeira porção bíblica em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), contemplando, com isso, um grande contingente de pessoas com deficiência auditiva”, anunciou Seibert. Os participantes do encontro assistiram ao filme Coração do Pai, baseado na parábola do filho pródigo. A audiodescrição ficou a cargo da doutora em linguística, Lívia Motta. “Este é um recurso que amplia a informação para pessoas com deficiência em espetáculos e eventos variados. É uma forma de transformar o visual em verbal, contribuindo para a inclusão deste público”, observou Lívia, que atuou voluntariamente no evento e é a responsável pela preparação dos audiodescritores da primeira peça brasileira com audiodescrição no Brasil. Na cerimônia, foram revelados os vencedores do concurso literário A História de Mary Jones – O início do movimento das Sociedades Bíblicas. Organizado pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), o concurso de contos e poesias foi criado com o objetivo de destacar a vida da jovem que inspirou a criação das Sociedades Bíblicas, o começo deste movimento e o seu impacto na vida das pessoas, estimulando a criatividade de autores com deficiência visual ou não, e incentivando a leitura e a escrita em tinta e em braile. Os ganhadores foram representados por Diego de Lima Ribeiro, segundo colocado na categoria Contos – autores com até 16 anos de idade; e Juliana de Araújo, vencedora da categoria Contos – autores com idade superior a 17 anos – e terceira colocada na categoria Poesias, que receberam seus troféus e medalhas das mãos de representantes da SBB. Os demais ganhadores, moradores de outras cidades e estados, receberão a premiação em suas casas. Um momento de grande animação foi a premiação das ONGs com mais representantes. O primeiro lugar ficou para a entidade Amigos pra Valer, seguida da Fundação Dorina Nowill e da Associação de Deficientes Visuais Evangélicos do Brasil (ADEVEB). Para finalizar, os participantes fizeram uma visita à área de exposição do Museu da Bíblia.

Confira abaixo a relação completa dos vencedores do Concurso literário A História de Mary Jones – O início do movimento das Sociedades Bíblicas:

Contos – Autores com até 16 anos,11 meses e 29 dias
1º. Vinícius de Oliveira – Caxias do Sul (RS)
2º. Diego de Lima Ribeiro – Franca (SP)
3º. Jaqueline Cândido Pantis – Araruna (PB)

Contos – Autores com idade superior a 17 anos
1º. Ana Cláudia Lucena de Azevedo – Parnamirim (RN)
2º. Juliana de Araújo – Osasco (SP)
3º. Elenara Predebon Fernandes da Silva – Porto Alegre (RS)

Poesias – Autores com até 16 anos, 11 meses e 29 dias
1º. Rafael Mesquita Azevedo de Souza – Uberlândia (MG)
2º. Paula Hellmann Claudinno – Dourados (MS)
3º. Leonardo Samuel Idalencio – Caxias do Sul (RS)

Poesias – Autores com idade superior a 17 anos
1º. Rosana Aparecida Marques Roma Takachi – Esteio (RS)
2º. Juvenal Alves Correia – Senador Canedo (GO)
3º. Juliana de Araújo – Osasco (SP)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Milagre em São Domingues

“...‘Ao Deus Desconhecido’. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.” Atos 17:23b

Das primeiras letras as quais aprendera Constância não nutria por elas amor, porquanto, pertencia a uma família de alto padrão social. Tinha uma vida vazia ainda que obtivesse tudo que desejava, seus pais realizavam todos os seus caprichos, todos os seus desejos... Era uma menina triste. Porém, sua vidinha, ao que parecia, rumava a uma abundância diferente: na escola em que estudava sua professora Clarice, a obedecer ao projeto social do planejamento escolar, organizou um encontro entre os alunos da escola com um estrato social distinto ao qual estavam habituados.
Eis que começa nossa história...
Viajaram alguns quilômetros até chegarem ao destino: um vilarejo humilde em que crianças como elas trabalhavam na lida. A professora conhecia com propriedade aquela rotina, pois trabalhara como qualquer criança daquele lugar, ou melhor, conhecia a todos que viviam naquele cenário. Nascera no vilarejo, e vivera sua infância lidando com a terra, alimentara os animais e ajudara sua mãe nos afazeres domésticos. Tivera uma vida simples.
Houvera um trabalho missionário dentro de um sítio não muito distante dali, todos conheciam o seu Zé, dono do sítio, em que Clarice todas as quartas-feiras visitava para ouvir os causos que narrava com toda sua simplicidade e encanto, foi atraída pelas suas histórias... Seu Zé era um homem simples, caboclo, semi-analfabeto, migrou do Ceará na década de sessenta, conquistara um pedaço de terra com muito suor de seu rosto. Gostava de contar suas histórias para as crianças da circunvizinhança. Um dia conheceu um jovem missionário, Artur, o qual era professor, e o convidou para uma prosa enquanto chupava mexericas colhidas do pé:
– Oli seu moço, sô um homi simples, contadô di história, mai num sei lê não, visse? Gosto di insina um poco da vida pras criança, conto meus causo e elas fica toda filiz...
– Seu José...
– Podi mim chama de Zé, seu Zé, tá bom?
– Sim, senhor! Pois então seu Zé, meu trabalho é ensinar crianças, alfabetizá-las através da Bíblia. Desde menino tive esse sonho, porque nasci em uma família rica que pôde me dar tudo que sempre quis: as melhores escolas, roupas, brinquedos... E eu de dentro do carro, enquanto ia para a escola, via crianças pedindo um trocado, vendendo alguma coisa, sendo exploradas por homens e mulheres... Senti que tinha que fazer alguma coisa, porque frequentava a igreja e via as famílias mais pobres se sentarem nos últimos bancos em trajes simples e sedentos das Palavras de Vida Eterna.... então quando iniciei a faculdade tive de romper com minha família, pois não aceitaram que eu fosse um missionário e vivesse humildemente. Muito tempo se passou desde a última vez que vi meus pais. Vivo pela misericórdia de Deus! – enquanto narrava um trecho de sua vida, as lágrimas molhavam o chão e a alma do seu Zé.
– U moço mim deixô sem palavra... qui ocê acha de insina as criança daqui? Eu imprestu meu sítio procê insina.
– Deus é bom, seu Zé!
– I num é?!
– Eu estava orando para encontrar um lugar em que pudesse ensinar e encontrei o senhor. Obrigada Senhor por responder as minhas preces!
– Ô seu Artu... num fique assim não, num chore, visse minino! Eu sô uma pessoa humilde, num sei iscrevê, mais posso oferecê minha casinha procê insina as criançada. O que ocê pricisa é só mi pidi, tá bom?
– Obrigada seu Zé, Deus o abençoe!
Assim começava a escolinha, na qual Clarice que acabara de completar quinze anos conheceu a Jesus e auxiliou ao seu mestre a aproximar-se de mais crianças. Com seu trabalho todos os pais daquelas crianças foram alcançados, apenas os pais de Clarice recusaram a ajudar e opuseram-se a ideia de Clarice participar do trabalho de alfabetização, pois achavam perda de tempo estudar. As bíblias, folhetos tudo que utilizou para salvar a vida daquelas crianças foram doadas pela Sociedade Bíblica que fornece literatura e bíblia para todo o mundo, além de suprir as necessidades de pessoas como Artur.
Clarice quando criança ensejava estudar mais, mais que os quatro meses os quais uma professora itinerante poderia ofertar. E Deus, em sua infinita graça, escolheu Artur para revelar-se a menina, para mostrar que a vida era mais que trabalhar para comer e seu sonho de estudar era possível. Ela via a alegria daqueles seus amiguinhos brilhar em seus olhos; pôde presenciar a transformação daquelas vidas pela Palavra Viva. E desejou naquele instante ser como Artur.
Era muito grata ao seu Zé, o contador de história, foi ele quem germinou em sua alma o desejo de aprender mais, de conhecer mais que aquelas histórias... quando leu pela primeira vez a história do menino Jesus, quis saber quem era o Messias e Artur explicava com muita paciência e amor:
– Clarice, Ele é o Salvador do mundo, morreu por nossos pecados em uma cruz!
– Entendi, mas do que somos salvos? O que é pecado?
– Uma pergunta complementa a outra... – respondeu Artur enquanto sentava-se em um dos bancos improvisados com blocos para a escolinha – somos todos pecadores, porque vivemos em um mundo que Satanás opera. Bem, deixe-me ser mais claro. Veja Clarice: quando um amiguinho seu pega uma mexerica do seu Zé sem pedir, o que ele faz é certo? Ou então quando um outro usa o estilingue para matar um passarinho pelo prazer de vê-lo cair no chão, é certo?
– Bem... o seu Zé naquelas histórias dele vive dizendo que a gente não deve machucar os bichinhos, que isso é coisa de gente malvada! É verdade isso não é certo! Mas as mixiricas... ele diz que a gente pode pegar quando quiser.
– Então entendeu o que eu quis dizer... o pecado é exatamente isso: fazer uma coisa que alguém desaprova! E Jesus com a sua vida nos ensina a amar as pessoas, a não querer o que é delas, a amar tudo que Deus criou e respeitar.
– Nossa como é bom esse Jesus... ele ensina coisas muito boas!
– E não é só isso... só podemos agir como ele orienta se estivermos dominados pelo seu Espírito, porque é Ele quem nos ensina todas as coisas boas que Deus quer que façamos.
– Espírito?
– É Espírito Santo, ele habita dentro de nós quando somos batizados, é a garantia da vida eterna.
– Ah então eu não tenho...
– Como assim? Quantos anos você tem?
– Oras quinze...
– E seus pais não a batizaram?
– Não...
– E você deseja ser batizada e conhecer Jesus em seu íntimo? – Artur estava muito feliz por conhecer alguém tão ávido como Clarice. Orava por ela desde a primeira vez que a vira.
– Sabe Artur... um dia, eu sonhei que estava dentro do rio e de repente vi alguém se aproximando, essa pessoa brilhava, brilhava tanto que eu não conseguia olhar em seus olhos e aí chegou bem pertinho de mim e me perguntou se eu queria ser batizada e ser uma mensageira. No sonho, eu aceitava e o homem derramava água sobre a minha cabeça e dizia que me batizava em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Tive esse sonho tantas vezes e todas as vezes acordava chorando, mas era de alegria, como se eu fosse outra pessoa, sabe?
– Clarice, você deseja experimentar de novo essa sensação? – Artur estava tão emocionado com a narrativa de Clarice, que suas palavras saíram descompassadas e envoltas de lágrimas de regozijo.
– Sim, sim, sim... – mil vezes sim, jubilava Clarice, numa explosão de uma tão felicidade que Artur jamais sonhara em presenciar.
Em seguida, os dois entraram no rio que ficava à margem do sítio do seu Zé e Artur a batizou em nome da Trindade, esse era seu primeiro batismo desde que chegara ao vilarejo São Domingues. O rosto de Clarice resplandecia a face do Senhor em toda a Sua glória! Depois do batismo sentaram-se na grama para secarem as roupas:
– Como está se sentindo?
– Molhada e muito feliz! Sinto que sou outra pessoa, a mesma coisa que senti depois de acordar daquele sonho, uma alegria e uma vontade de gritar.
– Pois então grite!
E Clarice gritou:
– OBRIGADA SENHOR, OBRIGADA SENHOR!!!
Artur aproveitou a oportunidade para presenteá-la com uma bíblia. Ela abraçava, chorava e beijava tanto aquele precioso livro que fez Artur lembrar-se de uma linda história:
– Você me fez lembrar de uma menina que recebeu em seus braços uma bíblia e como você a beijou, abraçou... essa história tem duzentos anos.
– Oras e como conhece? Qual o nome dela?
– Porque foi a partir dela que muitas pessoas como você ganharam a sua primeira bíblia. Mary Jones, uma menina que vivia no País de Gales um país bem distante daqui perto da Inglaterra. Quando tinha dez anos desejou muito ter uma bíblia, mas naquele tempo era muito difícil conseguir uma, principalmente, porque ela era muito pobre...
– Como eu? – indagava Clarice com os olhos atentos a cada movimento de Artur.
– Talvez mais pobre... era a única filha de uma família de cristãos, nenhum deles sabia ler, foi matriculada numa escola numa vila próxima a que morava e dedicou-se aos estudos como você, e tornou-se uma das primeiras alunas da classe, mas seu sonho de ter uma bíblia ainda era distante, trabalhava em tudo que surgia para conseguir dinheiro e economizava muito. Ao final de um ano, a quantia ainda era insuficiente. A espera da menina durou longos seis anos, até que foi à igreja que congregava e pediu uma bíblia ao pastor, mas ele disse que era impossível encontrar em sua vila, ou mesmo nas vilas da vizinhança um exemplar da bíblia, contudo lembrou que na cidade de Bala havia um pastor que costumava ter exemplares da bíblia para vender. Mas a cidade ficava a quarenta quilômetros de sua vila.
– E o que aconteceu?
– Mary não poderia desistir de seu sonho, então pediu para seus pais para ir até lá, no início, eles não concordaram, mas oraram e deixaram que a menina fosse. Para economizar os sapatos, a pequena galesa, fez o percurso a pé para não desgastar seu único par de sapatos. Andou o dia todo, chegou um momento que não aguentava mais e parou...
– Ai não acredito!
– Acalme-se Clarice... Ela não iria desistir depois de tanto tempo, então, levantou-se caminhou um pouco mais e avistou a cidade de Bala. Fico imaginando o que ela sentiu naquele momento...
– É verdade, deve ter ficado muito alegre...
– Quando chegou na casa do pastor... Thomas Charles, Mary foi surpreendida com a notícia que não havia mais nenhum exemplar em sua língua. A menina chorou tanto e narrou a sua história ao pastor, ele ficou muito comovido com a sua história... história que iria mudar o mundo... e aí lembrou que ainda havia dois exemplares encomendados e um deles era em sua língua e deu a menina. Ela só abriu sua bíblia quando chegou em casa para ler com os pais. Depois disso, o pastor Thomas contou a outros a história de Mary e todos se inspiraram e ali decidiram que isso não poderia mais acontecer, que todos deveriam ter acesso fácil à bíblia. E depois de muito orarem esses homens fundaram a Sociedade Bíblica Britânica em dezembro de 1802 com o intuito de traduzir, imprimir e distribuir a bíblia. E assim depois de muitos anos, de muitas mortes, a bíblia alcançou a todos e hoje é o livro mais lido em todo o mundo. E todos que a leem são transformados pelo poder que suas palavras têm.
– Que história linda Artur! Mas como assim mortes?
– Muitos homens tiveram esse mesmo sonho que todos tivessem acesso à palavra de Deus revelada, mas foram mortos, bíblias foram queimadas até que tivéssemos total acesso a ela; há muitos ainda em países distantes do nosso que as pessoas são proibidas de ter, ou mesmo, ler uma bíblia.
– Nossa... Eu quero fazer alguma coisa para levar a bíblia para outras pessoas como eu. O que eu posso fazer? Meu sonho é ser professora como você e fazer a mesma coisa que fez por mim e por meus amigos.

Depois dessa longa conversa, Clarice cresceu, estudou e formou-se professora e casou-se com Artur; juntos trabalharam com crianças como ela fora um dia: pobres e sedentas pela verdadeira sabedoria. Tempos depois, decidiram trabalhar na escola dos pais de Artur em que implantaram um projeto para que as crianças da alta sociedade conhecessem estratos sociais carentes e fossem transformadas pela experiência de aprender e servir a outras crianças.
Constância foi uma dessas meninas que transformadas, incitaram aos pais para investir em escolas rurais para que pessoas como Clarice tivessem a mesma oportunidade de conhecer as letras e a Jesus.

Prêmio: 2º Lugar no Concurso Literário A História de Mary Jones - O início do movimento das Sociedades Bíblicas

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mocidade Sempre e Avante pela Reforma Protestante


“Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não-judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: ‘Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus’.”
Romanos 1:16-17



No dia 02/10, na IPI de Vila São José, Osasco, SP, desfrutamos de um momento ímpar: rememoramos a Reforma Protestante em todos os atos de culto com a mocidade do Presbitério Osasco. A começar pelo processional de entrada das Escrituras Sagradas e como são sagradas a nós, cristãos! Na Reforma, a Bíblia foi redescoberta por Marinho Lutero e nela, a meditar, encontrou a resposta para sua indagação: “como ser aceito por Deus?” “...por meio da fé, do começo ao fim.”! (Romanos 1:17) Por isso devemos voltar-nos ao passado com o intuito de redescobrir o valor da salvação pela graça mediante a fé (Efésios 2:8), olhar para a Reforma e continuar a nos reformarmos, porventura, não é esse o moto de nossa amada igreja? Pois reformemo-nos!
A mocidade louvou em todo o tempo a graça do Senhor por meio dos hinos do nosso CTP: “Altamente os céus proclamam”, “Castelo Forte” e “O Pendão Real”, dos louvores do grupo de louvor da IPI Vila São José, da IPI de Presidente Altino e da participação especial do Grupo Shélter da 1ª IPI de Carapicuíba.
Fomos abençoados ricamente e tivemos o privilégio de ouvir a homilia do Rev. Gerson Correia de Lacerda baseada nos versos epigrafados acima em que ressaltou a atualidade da Reforma e da sua mensagem; elucidou a superficialidade que dedicamos à leitura das Escrituras nas quais encontramos a razão e a fonte de nossa fé. É necessário que voltemos a apaixonar-nos pela leitura diária e esmiuçada do texto bíblico. Porquanto, tão-somente na Palavra e com o auxílio do Espírito do Senhor, reconheceremos que não há verdade maior que a graça de Deus pregada na Teologia da Cruz, por isso Lutero desejou compartilhar com o mundo a mensagem dela e a traduziu para a sua própria língua: Deus não estabelece nenhuma condição para nos aceitar, precisamos confiar nEle e em Sua Palavra; o Espírito Santo selado em nós, no batismo, é nossa garantia, nosso quinhão! Portanto, façamos como Lutero: anunciemos a salvação pela graça mediante a fé a qual é dom de Deus, desfrutemos de nossa liberdade em Cristo Jesus!
Herdeiros da Reforma que somos, também compartilhamos, como mocidade unida, da mesa do Senhor instituída a todo o corpo de Cristo, e nesse momento especial, os jovens da IPI do Jardim Bonança e da IPI do Jardim Piratininga entraram com os elementos Eucarísticos. Demos graças e partilhamos, como Igreja do Senhor Jesus Cristo, do seu sacramento: participamos do comer do pão e do beber do vinho em espírito de reverência e de alegria, pois rememoramos a tristeza da morte e a alegria da ressurreição do nosso Emanuel.
Reafirmamos nossa fé com o Credo de Lutero e fomos desafiados a pregar a verdade da cruz: no viver, no compartilhar, no falar, no dividir; porque toda a nossa vida deve ser um culto a Deus!
Reacendamos o amor pela palavra viva em nós!

Mocidade Presbiteriana Independente sigamos sempre e avante pela Reforma Protestante!


Pela Coroa Real do Salvador

Juliana de Araujo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mocidade Sempre e Avante




“... fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca.” João 15:16

No dia 11/09, na IPI de Presidente Altino, Osasco, SP, tivemos a grande alegria de reunirmo-nos como a mocidade do Sínodo de Osasco o qual é formado pelos Presbitérios: Osasco, Novo Osasco e Carapicuíba. Celebramos juntos os setenta e seis anos da União da Mocidade Presbiteriana Independente.
Com a união dos três presbitérios rememoramos os tempos do “grande presbitério” e desfrutamos de um tempo muito precioso no qual tivemos participações muito especiais, dentre as quais, destacamos a preletora, Ione Rodrigues Martins, Coordenadora Nacional de Adultos, a qual em sua homilia abordou a importância das escolhas fundamentada no Evangelho de João 15:16 com o qual destacou como essas interferem na nossa caminhada, na formação de nosso caráter. Deus nos escolheu, portanto, somos privilegiados por participar de sua abundante graça.
Como Igreja do Senhor reunida, nos louvores, demos graças pelos setenta e seis anos de história da UMPI (pioneira na organização, precedida pelas senhoras, varões, adolescentes e crianças) nos quais tivemos a participação do Grupo Shélter (juntos há dez anos) da 1ª IPI de Carapicuíba, o grupo de louvor da mesma igreja, e por fim, um grupo formado por jovens dos três presbitérios. E ainda, pudemos refletir sobre a salvação na cruz de Jesus Cristo por meio do esquete apresentado pela mocidade da IPI do Jardim Bonança.
Reunimo-nos com o intuito de glorificar ao Senhor e agradecê-lo por sustentar-nos por todos estes anos. E pedir que sejamos sempre a mocidade cujo desejo é de continuarmos avante a viver: a união, para a evangelização e a fraternidade, três palavras pelas quais a juventude em 1938 centralizou seu objetivo.
Oremos pela mocidade tão carente de orientação, de cuidado, de atenção, de apoio!

Mocidade Presbiteriana Independente sigamos sempre e avante!



Pela Coroa Real do Salvador

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Hillsong United - Hosanna

"Tanto os que iam na frente como os que vinham atrás começaram a gritar: — Hosana ao Filho de Davi! Que Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor! Hosana a Deus nas alturas do céu!" Mateus 21:9

Sejamos uma geração de adoradores do verdadeiro e único Deus digno de todo nosso louvor.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Carta à Reflexão (sujeito incógnito)

"Tudo o que Deus faz tem um objetivo. Deus não faz nada que não tenha um propósito. A fé é a base da salvação. Quem tem fé tem esperança, pois a esperança é a demonstração de nossa fé. E quem tem fé e tem esperança vai praticar a caridade, pois sem caridade nada somos. E só pratica a caridade quem tem Jesus como exemplo. E a fé sem obras é morta. Tiago 2: 17-18 Sem caridade não podemos ser salvos. E só os humildes podem cumprir a lei de Cristo. Pois se a lei não for útil então Deus errou e os ensinamentos de Cristo são vãos. Dizer que a lei não é importante é defender a irresponsabilidade. E a casa de Deus é uma casa de ordem. E onde há ordem a lei." Comentário anônimo a postagem anterior no blog - Milagre em São Domingues - em 03/10/2010
Meu amigo em Cristo, Bom dia!
Quando postei meu comentário em seu blog, minha intenção não foi atacá-lo, longe de mim, a Bíblia nos ensina a ter amizade cristã, a amar as pessoas, a orar por elas, a admoestar. Talvez, meu amigo, você é quem não tenha entendido minha intenção...
Minha posição é a de uma cristã salva pelo sangue de Cristo, é nisso que se baseia a minha fé, não em meu próprio esforço, buscar a Cristo sem que nos chame... Todas as epistolas apontam categoricamente para a salvação baseada na fé e na graça de Deus, tudo vem dEle para que ninguém se glorie. Paulo diz que se tiver que se gloriar de algo que seja da cruz de Cristo. Sou protestante e reformada e a visão que Lutero e Calvino têm das Escrituras, assim como Santo Agostinho são, para mim, coerentes e adequadas...
Desculpe-me se o feri com minhas palavras! Mas não posso me omitir quando o Senhor, por sua revelação da Bíblia, diz que temos de instruir uns aos outros em amor. Talvez, tenha sido você, não sei... quem deixou um outro comentário em meu blog a falar sobre a caridade, ou estou errada? Se estiver desculpe-me mais uma vez. Devo, contudo, dizer que concordo em partes com você; veja: caridade (caris, no grego, é traduzido por João Ferreira, por amor) é um fruto do Espírito Santo conforme a epístola aos Gálatas 5:22-23, e, portanto, é impossível ao homem amar por ele mesmo, sem a ajuda de Deus, o homem não faz nada de bom. Na epístola aos Hebreus, o autor, enfatiza que a lei existiu até que viesse a fé, por isso instituiu um novo dia, outro sacerdócio, uma nova aliança. Dizer que a lei ainda vale no sentido de observá-la por esforço próprio é estar sob a sua maldição. Para mim, os versos 16 e 17 do primeiro capítulo de Romanos são o teor da nossa vida, conforme é dito também em Habacuque: “o justo viverá por fé” ou ainda, na NTLH, “Pois o Evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: ‘Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”. O texto que transcrevi em meu comentário (Romanos 3) diz exatamente, como toda a carta aos Romanos, que Deus quis se reconciliar com a humanidade em Cristo. O aio, o pedagogo dos judeus era a lei, Deus deu a sua lei para mostrar que é impossível a qualquer homem agradá-lo. Se um dia interessar leia: “A Cruz de Cristo” de John Stott.
Seria leviano de minha parte dizer que a fé existe sem obras, pois ela frutifica, fazemos tudo por obra do Espírito de Deus. Não temos mérito algum em nada de bom!
Concordo que sem o amor não podemos ser salvos, mas sem o amor de Deus é esse o único amor que pode nos salvar e já salvou a todos que Ele chamou conforme seu plano.
A lei depois de Cristo foi escrita nos nossos corações, não a observamos, mas a cumprimos de outra forma... porque Cristo cumpriu a lei, resumiu a lei no amor: ame a Deus e a teu próximo como a ti mesmo e quem ama é incapaz de fazer qualquer ato que prejudique nosso próximo. E quem é o nosso próximo?
Jesus Cristo, sendo Deus, fez-se carne para salvar a humanidade, para reconciliá-lo com Deus, o Pai, e somos filhos de Abraão, por vivermos pela fé! E Cristo, sendo homem, sabia que era impossível a qualquer homem servir a Deus, por isso enviou Seu Espírito, “Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto e, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.” Romanos 12:2. Leia Romanos 13: 8-10 e Gálatas 2:15 a 3. “Pois Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela lei.” Gálatas 3:13a
“Então, por que é que foi dada a lei? Ela foi dada para mostrar as coisas que são contra a vontade de Deus. A lei devia durar até que viesse o descendente de Abraão, pois a promessa foi feita a esse descendente. A lei foi entregue por anjos, e um homem serviu de intermediário. (...) Porque, se tivesse sido dada um lei que pudesse dar vida às pessoas, então elas seriam aceitas por Deus por obedecerem a ela.” Gálatas 3:19-21
Meu amigo, obrigada por me mostrar essas coisas, por me ajudar a ter mais convicção da graça de Deus em minha vida, na vida das pessoas que Ele chamou.
Desejo que o Espírito Santo abra sua mente e o ajude. Orarei por você. Desejo saber seu nome: por que reflexão? Por favor identifique-se!

Deus o abençoe em Cristo,
Juliana de Araujo

Ps. Para entender minha posição leia as postagens no blog a seguir:
http://ponderarerefletir.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Milagre em São Domingues

“...‘Ao Deus Desconhecido’. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.” Atos 17:23b

Das primeiras letras as quais aprendera Constância não nutria por elas amor, porquanto, pertencia a uma família de alto padrão social. Tinha uma vida vazia ainda que obtivesse tudo que desejava, seus pais realizavam todos os seus caprichos, todos os seus desejos... Era uma menina triste. Porém, sua vidinha, ao que parecia, rumava a uma abundância diferente: na escola em que estudava sua professora Clarice, a obedecer ao projeto social do planejamento escolar, organizou um encontro entre os alunos da escola com um estrato social distinto ao qual estavam habituados.
Eis que começa nossa história...
Viajaram alguns quilômetros até chegarem ao destino: um vilarejo humilde em que crianças como elas trabalhavam na lida. A professora conhecia com propriedade aquela rotina, pois trabalhara como qualquer criança daquele lugar, ou melhor, conhecia a todos que viviam naquele cenário. Nascera no vilarejo, e vivera sua infância lidando com a terra, alimentara os animais e ajudara sua mãe nos afazeres domésticos. Tivera uma vida simples.
Houvera um trabalho missionário dentro de um sítio não muito distante dali, todos conheciam o seu Zé, dono do sítio, em que Clarice todas as quartas-feiras visitava para ouvir os causos que narrava com toda sua simplicidade e encanto, foi atraída pelas suas histórias... Seu Zé era um homem simples, caboclo, semi-analfabeto, migrou do Ceará na década de sessenta, conquistara um pedaço de terra com muito suor de seu rosto. Gostava de contar suas histórias para as crianças da circunvizinhança. Um dia conheceu um jovem missionário, Artur, o qual era professor, e o convidou para uma prosa enquanto chupava mexericas colhidas do pé:
– Oli seu moço, sô um homi simples, contadô di história, mai num sei lê não, visse? Gosto di insina um poco da vida pras criança, conto meus causo e elas fica toda filiz...
– Seu José...
– Podi mim chama de Zé, seu Zé, tá bom?
– Sim, senhor! Pois então seu Zé, meu trabalho é ensinar crianças, alfabetizá-las através da Bíblia. Desde menino tive esse sonho, porque nasci em uma família rica que pôde me dar tudo que sempre quis: as melhores escolas, roupas, brinquedos... E eu de dentro do carro, enquanto ia para a escola, via crianças pedindo um trocado, vendendo alguma coisa, sendo exploradas por homens e mulheres... Senti que tinha que fazer alguma coisa, porque frequentava a igreja e via as famílias mais pobres se sentarem nos últimos bancos em trajes simples e sedentos das Palavras de Vida Eterna.... então quando iniciei a faculdade tive de romper com minha família, pois não aceitaram que eu fosse um missionário e vivesse humildemente. Muito tempo se passou desde a última vez que vi meus pais. Vivo pela misericórdia de Deus! – enquanto narrava um trecho de sua vida, as lágrimas molhavam o chão e a alma do seu Zé.
– U moço mim deixô sem palavra... qui ocê acha de insina as criança daqui? Eu imprestu meu sítio procê insina.
– Deus é bom, seu Zé!
– I num é?!
– Eu estava orando para encontrar um lugar em que pudesse ensinar e encontrei o senhor. Obrigada Senhor por responder as minhas preces!
– Ô seu Artu... num fique assim não, num chore, visse minino! Eu sô uma pessoa humilde, num sei iscrevê, mais posso oferecê minha casinha procê insina as criançada. O que ocê pricisa é só mi pidi, tá bom?
– Obrigada seu Zé, Deus o abençoe!
Assim começava a escolinha, na qual Clarice que acabara de completar quinze anos conheceu a Jesus e auxiliou ao seu mestre a aproximar-se de mais crianças. Com seu trabalho todos os pais daquelas crianças foram alcançados, apenas os pais de Clarice recusaram a ajudar e opuseram-se a ideia de Clarice participar do trabalho de alfabetização, pois achavam perda de tempo estudar. As bíblias, folhetos tudo que utilizou para salvar a vida daquelas crianças foram doadas pela Sociedade Bíblica que fornece literatura e bíblia para todo o mundo, além de suprir as necessidades de pessoas como Artur.
Clarice quando criança ensejava estudar mais, mais que os quatro meses os quais uma professora itinerante poderia ofertar. E Deus, em sua infinita graça, escolheu Artur para revelar-se a menina, para mostrar que a vida era mais que trabalhar para comer e seu sonho de estudar era possível. Ela via a alegria daqueles seus amiguinhos brilhar em seus olhos; pôde presenciar a transformação daquelas vidas pela Palavra Viva. E desejou naquele instante ser como Artur.
Era muito grata ao seu Zé, o contador de história, foi ele quem germinou em sua alma o desejo de aprender mais, de conhecer mais que aquelas histórias... quando leu pela primeira vez a história do menino Jesus, quis saber quem era o Messias e Artur explicava com muita paciência e amor:
– Clarice, Ele é o Salvador do mundo, morreu por nossos pecados em uma cruz!
– Entendi, mas do que somos salvos? O que é pecado?
– Uma pergunta complementa a outra... – respondeu Artur enquanto sentava-se em um dos bancos improvisados com blocos para a escolinha – somos todos pecadores, porque vivemos em um mundo que Satanás opera. Bem, deixe-me ser mais claro. Veja Clarice: quando um amiguinho seu pega uma mexerica do seu Zé sem pedir, o que ele faz é certo? Ou então quando um outro usa o estilingue para matar um passarinho pelo prazer de vê-lo cair no chão, é certo?
– Bem... o seu Zé naquelas histórias dele vive dizendo que a gente não deve machucar os bichinhos, que isso é coisa de gente malvada! É verdade isso não é certo! Mas as mixiricas... ele diz que a gente pode pegar quando quiser.
– Então entendeu o que eu quis dizer... o pecado é exatamente isso: fazer uma coisa que alguém desaprova! E Jesus com a sua vida nos ensina a amar as pessoas, a não querer o que é delas, a amar tudo que Deus criou e respeitar.
– Nossa como é bom esse Jesus... ele ensina coisas muito boas!
– E não é só isso... só podemos agir como ele orienta se estivermos dominados pelo seu Espírito, porque é Ele quem nos ensina todas as coisas boas que Deus quer que façamos.
– Espírito?
– É Espírito Santo, ele habita dentro de nós quando somos batizados, é a garantia da vida eterna.
– Ah então eu não tenho...
– Como assim? Quantos anos você tem?
– Oras quinze...
– E seus pais não a batizaram?
– Não...
– E você deseja ser batizada e conhecer Jesus em seu íntimo? – Artur estava muito feliz por conhecer alguém tão ávido como Clarice. Orava por ela desde a primeira vez que a vira.
– Sabe Artur... um dia, eu sonhei que estava dentro do rio e de repente vi alguém se aproximando, essa pessoa brilhava, brilhava tanto que eu não conseguia olhar em seus olhos e aí chegou bem pertinho de mim e me perguntou se eu queria ser batizada e ser uma mensageira. No sonho, eu aceitava e o homem derramava água sobre a minha cabeça e dizia que me batizava em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Tive esse sonho tantas vezes e todas as vezes acordava chorando, mas era de alegria, como se eu fosse outra pessoa, sabe?
– Clarice, você deseja experimentar de novo essa sensação? – Artur estava tão emocionado com a narrativa de Clarice, que suas palavras saíram descompassadas e envoltas de lágrimas de regozijo.
– Sim, sim, sim... – mil vezes sim, jubilava Clarice, numa explosão de uma tão felicidade que Artur jamais sonhara em presenciar.
Em seguida, os dois entraram no rio que ficava à margem do sítio do seu Zé e Artur a batizou em nome da Trindade, esse era seu primeiro batismo desde que chegara ao vilarejo São Domingues. O rosto de Clarice resplandecia a face do Senhor em toda a Sua glória! Depois do batismo sentaram-se na grama para secarem as roupas:
– Como está se sentindo?
– Molhada e muito feliz! Sinto que sou outra pessoa, a mesma coisa que senti depois de acordar daquele sonho, uma alegria e uma vontade de gritar.
– Pois então grite!
E Clarice gritou:
– OBRIGADA SENHOR, OBRIGADA SENHOR!!!
Artur aproveitou a oportunidade para presenteá-la com uma bíblia. Ela abraçava, chorava e beijava tanto aquele precioso livro que fez Artur lembrar-se de uma linda história:
– Você me fez lembrar de uma menina que recebeu em seus braços uma bíblia e como você a beijou, abraçou... essa história tem duzentos anos.
– Oras e como conhece? Qual o nome dela?
– Porque foi a partir dela que muitas pessoas como você ganharam a sua primeira bíblia. Mary Jones, uma menina que vivia no País de Gales um país bem distante daqui perto da Inglaterra. Quando tinha dez anos desejou muito ter uma bíblia, mas naquele tempo era muito difícil conseguir uma, principalmente, porque ela era muito pobre...
– Como eu? – indagava Clarice com os olhos atentos a cada movimento de Artur.
– Talvez mais pobre... era a única filha de uma família de cristãos, nenhum deles sabia ler, foi matriculada numa escola numa vila próxima a que morava e dedicou aos estudos como você, e tornou-se uma das primeiras alunas da classe, mas seu sonho de ter uma bíblia ainda era distante, trabalhava em tudo que surgia para conseguir dinheiro e economizava muito. Ao final de um ano, a quantia ainda era insuficiente. A espera da menina durou longos seis anos, até que foi à igreja que congregava e pediu uma bíblia ao pastor, mas ele disse que era impossível encontrar em sua vila, ou mesmo nas vilas da vizinhança um exemplar da bíblia, contudo lembrou que na cidade de Bala havia um pastor que costumava ter exemplares da bíblia para vender. Mas a cidade ficava a quarenta quilômetros de sua vila.
– E o que aconteceu?
– Mary não poderia desistir de seu sonho, então pediu para seus pais para ir até lá, no início, eles não concordaram, mas oraram e deixaram que a menina fosse. Para economizar os sapatos, a pequena galesa, fez o percurso a pé para não desgastar seu único par de sapatos. Andou o dia todo, chegou um momento que não aguentava mais e parou...
– Ai não acredito!
– Acalme-se Clarice... Ela não iria desistir depois de tanto tempo, então, levantou-se caminhou um pouco mais e avistou a cidade de Bala. Fico imaginando o que ela sentiu naquele momento...
– É verdade, deve ter ficado muito alegre...
– Quando chegou na casa do pastor... Thomas Charles, Mary foi surpreendida com a notícia que não havia mais nenhum exemplar em sua língua. A menina chorou tanto e narrou a sua história ao pastor, ele ficou muito comovido com a sua história... história que iria mudar o mundo... e aí lembrou que ainda havia dois exemplares encomendados e um deles era em sua língua e deu a menina. Ela só abriu sua bíblia quando chegou em casa para ler com os pais. Depois disso, o pastor Thomas contou a outros a história de Mary e todos se inspiraram e ali decidiram que isso não poderia mais acontecer, que todos deveriam ter acesso fácil à bíblia. E depois de muito orarem esses homens fundaram a Sociedade Bíblica Britânica em dezembro de 1802 com o intuito de traduzir, imprimir e distribuir a bíblia. E assim depois de muitos anos, de muitas mortes, a bíblia alcançou a todos e hoje é o livro mais lido em todo o mundo. E todos que a leem são transformados pelo poder que suas palavras têm.
– Que história linda Artur! Mas como assim mortes?
– Muitos homens tiveram esse mesmo sonho que todos tivessem acesso à palavra de Deus revelada, mas foram mortos, bíblias foram queimadas até que tivéssemos total acesso a ela; há muitos ainda em países distantes do nosso que as pessoas são proibidas de ter, ou mesmo, ler uma bíblia.
– Nossa... Eu quero fazer alguma coisa para levar a bíblia para outras pessoas como eu. O que eu posso fazer? Meu sonho é ser professora como você e fazer a mesma coisa que fez por mim e por meus amigos.

Depois dessa longa conversa, Clarice cresceu, estudou e formou-se professora e casou-se com Artur; juntos trabalharam com crianças como ela fora um dia: pobres e sedentas pela verdadeira sabedoria. Tempos depois, decidiram trabalhar na escola dos pais de Artur em que implantaram um projeto para que as crianças da alta sociedade conhecessem estratos sociais carentes e fossem transformadas pela experiência de aprender e servir a outras crianças.
Constância foi uma dessas meninas que transformadas, incitaram aos pais para investir em escolas rurais para que pessoas como Clarice tivessem a mesma oportunidade de conhecer as letras e a Jesus.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Esperança na Tribulação

“E mesmo que o nosso Deus não nos salve, o senhor pode ficar sabendo que não prestaremos culto ao seu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que o senhor mandou fazer.” Daniel 3:18
No dia 07/08, na IPI do Jardim Bonança, em Osasco, reunimo-nos uma vez mais como UMPI do Presbitério Osasco. Participamos com alegria de um culto de ação de graças ao Senhor, nosso Deus.
Convidamos para preleção nosso irmão em Cristo Alberlei de Oliveira (que congrega na IPI em Bela Vista, Osasco, SP), correspondente da Missão Portas Abertas, o qual trouxe dois vídeos com os quais os presentes impactaram-se, pois traziam a realidade dos nossos irmãos perseguidos no Oriente, pelos quais temos de interceder para que sejam fortalecidos, para que não esqueçam que a presença santa do Senhor os animará e os ajudará a persistirem e perseverarem em sua fé.
O primeiro vídeo, intitulado “O Livro Perigoso”, narra dentre outras histórias, a de irmãos que tiveram seu primeiro contato com a Bíblia e com a leitura dessa se tornou perigosa para eles; um desses irmãos é Isaque, soldado na distante Eritreia, que fora transformado pelo poder das palavras do Senhor contidas nas Escrituras Sagradas, sua mudança foi tão perceptível que seu superior e colegas o torturaram para que assinasse um documento no qual se comprometeria a não orar, não ler a Bíblia e não se aproximar de nenhum cristão, obviamente recusou e foi torturado por mais de noves meses: apanhou, foi amarrado na posição de helicóptero por nove dias, trancado em contêiner com outros homens sem comida, água, agasalho para o frio; e, infelizmente, ainda está preso pelo crime de ser cristão e amar a Jesus. Conforme o vídeo, um irmão que o conhecera na prisão diz que Isaque é um herói, pois compartilha trechos, folhas de sua Bíblia com outros prisioneiros.
Há também um irmão na Tchecoslováquia que pregara por mais de vinte anos com apenas dez capítulos de Atos e quatro de I Timóteo redigidos a mão por sua mãe, ou seja, nunca tivera contato com uma Bíblia até que um missionário das Portas Abertas o presenteou com uma; sua reação foi abraçá-la e questionar: “que belos problemas essa bíblia lhe trouxe?”. Ela nos traz problemas?
O segundo vídeo apresentou o sofrimento dos nossos irmãos da Índia: casas de cristãos destruídas pelo fogo; houve uma cena em que uma multidão batia em três cristãos de tal forma que o cinegrafista não teve coragem de filmar o desfecho, pois eles morreram depois de pauladas, chutes, socos, pedradas...
Com essas histórias aprendemos a importância de servirmos uns aos outros, de sermos Igreja, sermos um em Cristo. Devemos aprender com nossos irmãos perseguidos a confiar mais em Deus e orar uns pelos outros, principalmente, pelos seus (e nossos) algozes para que venham a conhecer Jesus e tenham as suas vidas transformadas. E o mais importante: sofrer por eles, pois Paulo diz que quando um membro do corpo sofre, todo o corpo sofre com ele (I Co 12:26)! E se for possível investir financeiramente! Conheçam esse trabalho e participem de alguma forma: orem, doem, comprem os seus produtos, divulguem! Há muitos que ainda desconhecem essa realidade!
Fomos desafiados pelo irmão Alberlei a deixarmos Deus agir em nós, pois cantamos “eis-me aqui...” e ele questionou: “Isso é uma verdade? Estamos de fato aqui para servir, para amar uns aos outros?”. Não podemos viver apenas como cristãos dentro das quatro paredes da igreja, há tantos que precisam ouvir a boa notícia, conhecer a Jesus e a sua salvação! Ressaltou ainda: “mais que emoção, ou lágrimas, eles precisam de ação, precisamos agir!” “Portanto, usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu.” Romanos 12:6a
O intuito do encontro era revelar os talentos da igreja e ao final apenas o grupo de jovens da IPI do Jardim Bonança se apresentou com um louvor.
Depois do culto desfrutamos de um lanche, da companhia dos irmãos e tivemos uma surpresa: os irmãos da igreja anfitriã se uniram e ofertaram a uma jovem da igreja (que atualmente mora sozinha) alguns utensílios para sua casa. Todos ficaram emocionados e presenciaram o amor de Cristo a agir em todos.
Que não nos esqueçamos que somos embaixadores de Cristo! Não escondamos nossas candeias embaixo de nossas camas!


Pela Coroa Real do Salvador

Juliana de Araujo

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Eleições (Leia)

por Arnaldo Jabor
VOTE NA DILMA ! As promoções da época! Vote na Dilma e ganhe, inteiramente grátis, um José Sarney de presente agregado ao Michel Temmer. Mas não é só isso, votando na Dilma você também leva, inteiramente grátis (GRÁTIS???) um Fernando Collor de presente. Não pense que a promoção termina aqui. Votando na Dilma você também ganha, inteiramente grátis, um Renan Calheiros e um Jader Barbalho. Mas atenção: se você votar na Dilma, também ganhará uma Roseana Sarney no Maranhão, uma Ideli Salvati em Santa Catarina e uma Martha Suplício em S.Paulo. Ligue já para a Dirceu-Shop, e ganhe este maravilhoso pacote de presente: Dilma, Collor, Sarney pai, Sarney filho, Roseana Sarney, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, e muito, muito mais, com um único voto. E tem mais, você também leva inteiramente grátis, bonequinhos do Chavez, do Evo Morales, do Fidel Castro ao lado do Raul Castro, do Ahmadinejad, do Hammas e uma foto autografada das FARCs da Colômbia. Isso sem falar no poster inteiramente grátis dos líderes dos bandidos "Sem Terra", Pedro Stedile e José Rainha, além do Minc com uniforme de guerrilheiro e sequestrador. Ganhe, ainda, sem concurso, uma leva de deputados especialistas em mensalinhos e mensalões. E mais: ganhe curso intensivo de como esconder dinheiro na cueca, na meia, na bolsa ..., ministrado por Marcos Valério e José Adalberto Vieira da Silva e José Nobre Guimarães.
Leia o comentário de Dora Kramer, Estadão de Domingo: "A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa".
Não deixem de ler e reler o texto abaixo e passem adiante!
A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE
ARNALDO JABOR
O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicáveis' demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!!!!!!! Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!!!!!!!! Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!!!! Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo !!!!! Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz !!!!! Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!! E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito... Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê? A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo. A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as ideias não correspondem mais aos fatos!!!!! Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações. No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'. Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos? Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando... Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo. Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mu ndo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois. Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!
ESSE TEXTO PRECISA E DEVE SE TRANSFORMAR NA MAIOR CORRENTE QUE A INTERNET JÁ VIU !!!TSE determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pai: Doador da vida

“Escrevo a vocês, filhinhos, porque conhecem o Pai. Escrevo a vocês, pais, porque conhecem aquele que existiu desde a criação do mundo. Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A mensagem de Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno.” I Jo 2:14

Vasculhando o arquivo “morto” de minhas memórias, lembrei-me de uma de minhas aulas de filologia (da faculdade), na qual o professor esmiuçava o significado, a etimologia da palavra: pai – pater, a qual no latim designa aquele o qual é o chefe da família, que “manda” na esposa, nos filhos, por isso tem um aspecto mais social (patriarcal). Portanto, este é apenas aquele que provê o sustento, o que canta de “galo”. Assim como mãe – mater – significa aquela que cuida da casa e dos filhos, também obtemos aqui um aspecto social (matriarcal). Representa, pois uma hierarquia. Há, porém, na nossa língua mãe (o latim), um vocábulo mais próprio do qual deriva o verdadeiro significado que atribuímos hoje ao pai: genitor, ou seja, designa aquele que gera o filho. Subentendemos, portanto, que quem gera um filho o ama.
Temos um Pai o qual soprou vida (Gn 2:7) em nós e por nós deu seu filho Unigênito para salvação (Jo 3:16). Há prova de amor maior?
Jesus teve um pai adotivo que o amou, educou; esteve presente em sua vida. Não se sabe ao certo até quando. Na narrativa dos Evangelhos, encontramos alguns aspectos da integridade de José: era um homem direito (Mt 1:19), obediente (Mt 1:24; 2:14), possuía uma ascendência real (Lc 1:27), ensinou Jesus os costumes e as leis judaicas (Lc 4:22). Não era uma tarefa, certamente, fácil a de educar o Filho de Deus; contudo, José a executou e é um modelo adequado para os pais, como Maria é mãe modelo para as mães.
Ser pai é mais que prover sustento, mais que castigar. Ser pai é amar, é entregar-se ao árduo trabalho de educar, ensinar, disciplinar, orientar, dialogar... ser presente!
Ser pai é também ser criança, ser jovem, ser homem, ser mulher para adequar-se as dificuldades dos filhos, para entendê-los, uma forma de amar.
Ser pai é, antes de tudo, viver para, com e pelo outro.
Ser pai é ser como José, como Abraão, como Jacó, como Deus, o Pai.
Parabéns aos pais que exerceram seu ministério, que amaram (e amam) seus filhos; aos que não são apenas chefes de família, mas dão a vida todos os dias por eles.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Multiforme graça de Jesus

“E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade.” Efésios 3:17b-18
Vivemos pela graça de Deus, na qual encontramos, no texto bíblico, predicados vários: inaudita (I Co 2:9), inefável (II Co 9:15), multiforme (Ef 3:10, I Pe 4:10) , imarcescível (I Pe 1:4, 5:4), graça sobre graça (Jo 1:16), de Jesus (Rm 16:24, I Co 16:23, II Co 8:9, Gl 6:18, Fl 4:23), genuína (I Pe 5:12), boa notícia – ou evangelho –(At 20:24b); e por vivermos nessa graça experimentamos as bênçãos de sermos acolhidos como irmãos de Cristo e feitos, pelo seu sangue, um só povo; temos, entretanto, vivido de tal maneira?
No 31 de Julho, rememoramos o cisma pelo qual um ramo da Igreja de Cristo se dividiu, nem mesmo na criação do Universo, Deus viu que uma separação era boa! Tudo Deus criou e viu que, de fato, era bom, mas separar as águas (Gn 1:6-7) dividi-las...
Como parte da Igreja de Cristo, devemos arrazoar conosco mesmo e reconhecer se temos feito aquilo que é viver sob a graça: amar ao próximo mais que a nós mesmos? Amar a Deus e confiar em suas promessas? Estamos firmados na Rocha? Levamos as boas novas a todos que dela precisam? Oramos, intercedemos uns pelos outros? Alimentamos os famintos? Saciamos os sedentos? Aquecemos o coração e o espírito dos menos favorecidos? Condenamos o erro? Lutamos para que a justiça seja feita? Somos felizes por sermos perseguidos? Experimentamos a presença santa do Espírito do Senhor Jesus Cristo em nossas vidas? Deixamo-nos ser dominados e inspirados por Ele?
Tão-somente, no ministério do apóstolo Paulo, o grande plano do Senhor foi revelado: o mistério recôndito, na antiga aliança, o qual não fora revelado nem aos profetas, desvelado na cruz da vergonha do nosso Senhor Jesus, na qual se fez maldito por nós, porquanto em Paulo é que os gentios ouviram a boa nova: não há gentio, judeu, não há homem, mulher, não há escravo ou livre, todos: um só povo, membros de um só corpo, uma única nação! (Cl 3: 11)
Nós, como Igreja edificada e alicerçada em Cristo, vivemos e desfrutamos dessa realidade? Temos vivido nos moldes da Igreja Primitiva, na qual Cristo era tudo e em todos (Cl 3:11b), ou ainda, tudo era em todos e estes repartiam o pão, os bens, etc.?
O último e mais precioso mandamento de Cristo aos seus seguidores é o de anunciar a mensagem e sermos fiéis a ela! Todavia, para que essa missão seja executada necessitamos de uma verdadeira comunhão com Deus; há que se indagar: como posso fazer isso?
ü Ora ler as Escrituras Sagradas nas quais deparamo-nos com homens e mulheres de fé, os quais viveram sob o domínio do Maravilhoso Conselheiro e foram por Ele inspirados; viveram, lutaram e morreram, sim, há na história da Igreja muitos mártires, podemos citar um sem par de irmãos, eis alguns: José (Gn 37: 12-36), Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 3:8-30), João Batista (Mc 6:14-29), Estevão (At 7:54-60), Paulo (At 21:17-23:35).

ü Oração essa é a arma do cristão em que realmente, desfrutamos da comunhão com Deus. Na antiga aliança, o povo, para conhecer a vontade do Senhor, orava, ou Ele respondia por meio de sonhos (Gn 20: 3-6, 40:8) de visões, pelo Urim e Tumim (Dt 33:8, I Sm 14:41, 28:5-6, Ne 7:65), ou ainda, pelos profetas (Nm 11:29, 12:6, II Rs 1:1-18). Para nós, contudo, Deus se revela através do Espírito Santo conforme o capítulo oitavo de Romanos, no qual Paulo diz que Ele pede a nosso favor de acordo com a vontade de Deus o Pai, “pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano.” (Rm 8:28)

ü E, finalmente, a comunhão entre os irmãos. Na cultura judaica, as mulheres, nas sinagogas, não podiam discutir sobre as questões da religião e mesmo nos primórdios da igreja, mas era uma questão cultural (I Tm 2:11-13, I Co 14:34-35); apenas os homens eram circuncidados (Gn 17:23) e podiam aprender sobre as leis e os costumes. No entanto, na nova aliança, a mulher pôde receber a mesma marca, a mesma circuncisão a qual apenas o homem era dotado, pois todos somos circuncidados no coração (Rm 2:29, Cl 2:11), no Espírito, e é, portanto, uma marca invisível, contudo real e perene. Fomos selados com o mesmo quinhão e devemos participar com alegria da comunhão dos santos, fomos, como outrora mencionado, feitos pela cruz de Jesus, um só povo, uma única nação. Recebemos diferentes dons e somos orientados a usá-los para a edificação do corpo, da Igreja (I Co 12, I Pe 4:10) para o seu crescimento e desenvolvimento, saibamos, porém, que a capacidade de trabalhar para essa edificação vem do próprio Deus (II Co 3:5-18). E para que todos se tornem amigos de Deus, pois esse é o Seu desejo (II Co 5:18b-21).

Viver sob a graça é permitir-se ser instrumento do Deus vivo, ser Templo consagrado para morada do Seu Espírito Santo; viver sob a graça é conhecer e “... compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente...” e viver, sobretudo, o amor.
Busquemos sempre a presença de Deus e conhecê-lo sempre e mais!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Hillsong United - Here In My Life - With Subtitles/Lyrics

"...já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim." Gálatas 2:20

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Impressões

Dedicado à memória da querida amiga e irmã Léa Denise a qual dorme no Senhor
Num desses inícios de primavera ao cair da tarde, tardezinha fria, antes de me recolher, detive-me ao diálogo entre duas senhoras: uma jovem – entre vinte e cinco e trinta anos – e a outra, a anfitriã – de cinquenta anos. Da anfitriã eu era a hóspede não convidada; não desejada nos cantos da casa, sempre a fiar e a ouvi-la, como nessa tarde:

– Eu os via... via apenas seus pés: pequenos, descalços, imundos... o corpo envolto naqueles cobertores de mendigos, doados pela prefeitura, no frio das noites paulistas. – referia-se aos pequenos marginalizados da beira do Tietê. – eu os via todos os dias no ir e vir do meu trajeto cotidiano: ano após ano, talvez, não os mesmos pés e, infelizmente, acabamos por nos acostumar àquela realidade. No início assistir àquela cena trazia um mal- -estar, sentia o desejo de fazer algo por eles, mudar de alguma forma a realidade, mas os dez anos em que trabalhei no teatro de São Paulo acostumaram-me àquela cena: triste, desumana...
– Sei... assistir a tragédia que perpassa nossa realidade, e somos completamente alheios. Apesar de doer dentro de nós, que há a se fazer?
– Mas me doía muito pensar que não existiria um futuro para eles. Uma vez pobre...
– Morrerá a mingua, mas ainda assim terá esperança... como nós, de poder fazer algo por quem quer que seja. – a vida é sonho como narrou Calderón de la Barca e a busca incessante da realização deste. O homem sonha demais e pouco realiza, principalmente, quando deseja fazer algo pelo outro. Além de não conseguirem viver sozinhos como nós, a aranhas.
– Sim, eles sonham em deixar de ser transparentes, invisíveis para a sociedade, para o resto do mundo. De não morarem mais na favela composta de casas desiguais, sem métrica, nem higiene... de dar um amanhã aos seus filhos.
Eu a olhava, observava e via aquela mulher, Léa, cheia de vida, de esperança para a sua família; e doente, descobrira há dois anos um câncer e a quimioterapia a fazia padecer com esperança de ver ainda seus futuros netos. E eu sabia, ou pelo menos, sentia que ela precisaria de apenas um toque na capa de Jesus para sentir-se viva outra vez, completa. Minhas impressões.
Durante o tempo em que conversavam: Léa – a anfitriã – e Cecília, eu as assistia. Presenciei as lágrimas, os sorrisos, as poesias tão íntimas que uma lia para a outra para que pudessem experimentar uma da outra a opinião, o olhar de consentimento, de aprovação; da beleza de contemplar o simples, a solidão...

Talvez, essa seja uma narração de uma conversa descomprometida, desinteressada, contudo, a amizade, o sentimento o qual as motivava, a estar naquela sala, era sincero, puro e real. A mais jovem tinha a outra como uma espécie de ídolo, porque esta era cantora, professora de música, escrevia poesias: uma artista completa. E Cecília não tinha em sua família o conchego o qual essa casa e essa amizade propiciavam. O ensejo da visita era a doença e um caderninho de poemas cujo desejo era o de oferecer a Léa, e o estar perto.

Registrei num poema (por mais insólito que seja uma aranha escrever) esse encontro:


Impressões

O estar perto imprime o diálogo sem compromisso
impressões se fundem, se calam
sentimentos se traduzem no olhar,
no sorriso, nas lágrimas
personificação dos silêncios.

Noite alta, céu plúmbeo, lua obscurecida
ideias se fundem, se calam
o estar perto, bem perto
traduz a realidade: o desejo
de apenas ali estar

ao lado de quem se ama
e de quem quer estar perto,
bem perto. A dividir: sonhos,
ideais, medos, desejo de ser,
de fazer, de dividir, de compartilhar.

Talvez, imprima bem a realidade de uma boa e verdadeira amizade. Porque a jovem Cecília amava aquela mulher, aquela amiga de pouca data e muita conversa. E seu desejo era o de ver a saúde da outra restabelecida, como ela disse ao final do encontro:

– O meu desejo, e eu sinto isso no fundo do meu coração, é vê-la curada, vencedora, porque a amo; e sei que ainda há de lembrar-se desses momentos de tribulação com alegria por tê-los vencido, há de ver seus netos a correr pela casa, ainda os ninará com sua doce e linda voz, eu creio!
– Deus sempre providencia alguém para ficar comigo, nunca fico sozinha, obrigada. – E o encontro encerrou com um abraço molhado das lágrimas, sincero, forte e feliz, pois o estar perto, bem perto de quem se ama basta.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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