segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cristo: Esperança nossa

Estimados amigos e irmãos em Cristo,

Hoje, pela manhã, enquanto estava no ônibus, meus pensamentos foram tomados pela passagem bíblica acerca do encontro de Simão Pedro, na praia, com Cristo. Depois de todos os acontecimentos da semana da paixão, discípulos e apóstolos regressaram às suas antigas ocupações; afinal, a esperança findou com a morte de Jesus Cristo na cruz! A única esperança, a última esperança, padecera vergonhosamente. A morte era o fim dos sonhos, de um futuro melhor!

Quantos de nós, quando olhamo-nos a nós mesmos, enxergamos um rosto derrotado e abatido, sem motivos para prosseguir?

Alvoreceu, não houvera sucesso na pesca noturna, rostos desanimados... Certamente, voltar à rotina, depois de conhecer o Messias, não era, de fato, uma escolha fácil. "...antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece." (Jo 13.38) Tal afirmação devia suscitar, a todo instante, os pensamentos de Pedro. Não havia como não lembrar: os dias de ventura e de alegria ao lado do Mestre, as palavras de sabedoria, o amor, os milagres, a multidão...

O medo, o medo fê-lo negar, não haveria perdão: tudo estava consumado! Era o fim.

Eis que surge a manhã. "Peço que todas as manhãs tu me fales do teu amor, pois em ti eu tenho posto a minha confiança. As minhas orações sobem a ti; mostra-me o caminho que devo seguir!" (Sl 143.8) No horizonte, a cem metros da praia, João avista: "É o Senhor Jesus!" E num ímpeto, Pedro vestiu-se, apressadamente, e lançou seu corpo às águas rumando à praia. Tudo mudaria a partir daquele encontro.

Deliciaram-se com os pães, os peixes e a companhia de Jesus. Ao fim Jesus indagou: "— Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam? — Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! — respondeu ele. Então Jesus lhe disse: — Tome conta das minhas ovelhas!" Ainda por mais duas vezes indagou. No texto original grego, sabemos que Cristo inquiriu Pedro a respeito do amor divino, o qual conhecemos como "ágape" (o amor de Deus pela sua criação, pelo qual entregou Cristo para nos salvar e remir); no entanto, nas respostas dele, afirmava o amor "filos" - o qual conhecemos como o amor amigo - reproduziríamos a ideia com o "gostar". Esse era o amor que poderia oferecer naquele instante, era o que conhecia! Apenas no Pentecostes, na decida do Espírito Santo, ele compreenderia e sentiria o amor, o amor ágape, o sublime amor de Deus e sobre o qual anunciaria e viveria na confiança plena da vida eterna.

A inquirição de Cristo, remete-nos ao episódio do olhar de Jesus a Pedro depois de o ter negado: haveria perdão para um traidor? Naquele momento, a insistência de Jesus seria traduzida pela palavra: PERDÃO! Ainda que Pedro se sentisse imperdoado e distante da compreensão do seu Mestre. Ainda que para a lei houvesse o castigo. O amor bradou com uma voz mais forte: Tome conta das minhas ovelhas! Eis a esperança revolvida: o caminho para o qual deveria seguir estava posto diante de seus olhos; a vida de pescador ficaria, definitivamente, para trás.

E eis a mensagem com o qual deparamo-nos quando olhamos para a cruz de Jesus:

Não sei por que de Deus o amor
A mim se revelou,
Por que Jesus, o Salvador,
Na cruz me resgatou.

Mas eu sei em quem tenho crido,
E estou bem certo que é poderoso
Pra guardar o meu tesouro
Até o dia final.

Não sei o modo como agiu
O Espírito eternal,
Que um dia a Cristo me atraiu
Em convicção real.

Não sei o que mal ou bem
É destinado a mim,
Se maus ou áureos dias vêm,
Até da vida ao fim.

Não sei se longe ainda está
Ou muito perto vem
A hora que Jesus virá
Na glória que ele tem.

Ainda que nos sintamos indignos, e não merecedores da graça real de Jesus, a cruz testifica: embora pecadores, Deus nos amou e comprou-nos de volta pela entrega total de Seu Filho amado na cruz do Calvário. Amor pelo qual devemos viver em união com Cristo, com a família, com o irmão e como Igreja restaurada, justificada e santificada pelo Senhor da grei. Amor pelo qual vivemos em novidade de vida, em esperança, confiança e paciência. Amor pelo qual suportamos, com orações, as perseguições, as injustiças, as mortes e as tribulações da vida inseridos neste mundo. Amor pelo qual "Diligentes fazendo o que Cristo ordenar. No labor, com fervor, a servir a Jesus; com firmeza e fé e com oração, até que volte o bom Senhor!", pois as nações pagãs gritam: "Queremos luz!" E por amor anunciaremos as novas de Jesus!
Perdoados sigamos no bom trabalho do Senhor e confiantes que o Seu glorioso dia virá!

Deus os abençoe, inspire e console.

Um comentário:

J.F.AGUIAR disse...

Ju, eu passei para ler seu texto
me alimentar de sua reflexão e para aprender com suas palavras... forte abraço!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...