quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pai: Doador da vida

“Escrevo a vocês, filhinhos, porque conhecem o Pai. Escrevo a vocês, pais, porque conhecem aquele que existiu desde a criação do mundo. Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A mensagem de Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno.” I Jo 2:14

Vasculhando o arquivo “morto” de minhas memórias, lembrei-me de uma de minhas aulas de filologia (da faculdade), na qual o professor esmiuçava o significado, a etimologia da palavra: pai – pater, a qual no latim designa aquele o qual é o chefe da família, que “manda” na esposa, nos filhos, por isso tem um aspecto mais social (patriarcal). Portanto, este é apenas aquele que provê o sustento, o que canta de “galo”. Assim como mãe – mater – significa aquela que cuida da casa e dos filhos, também obtemos aqui um aspecto social (matriarcal). Representa, pois uma hierarquia. Há, porém, na nossa língua mãe (o latim), um vocábulo mais próprio do qual deriva o verdadeiro significado que atribuímos hoje ao pai: genitor, ou seja, designa aquele que gera o filho. Subentendemos, portanto, que quem gera um filho o ama.
Temos um Pai o qual soprou vida (Gn 2:7) em nós e por nós deu seu filho Unigênito para salvação (Jo 3:16). Há prova de amor maior?
Jesus teve um pai adotivo que o amou, educou; esteve presente em sua vida. Não se sabe ao certo até quando. Na narrativa dos Evangelhos, encontramos alguns aspectos da integridade de José: era um homem direito (Mt 1:19), obediente (Mt 1:24; 2:14), possuía uma ascendência real (Lc 1:27), ensinou Jesus os costumes e as leis judaicas (Lc 4:22). Não era uma tarefa, certamente, fácil a de educar o Filho de Deus; contudo, José a executou e é um modelo adequado para os pais, como Maria é mãe modelo para as mães.
Ser pai é mais que prover sustento, mais que castigar. Ser pai é amar, é entregar-se ao árduo trabalho de educar, ensinar, disciplinar, orientar, dialogar... ser presente!
Ser pai é também ser criança, ser jovem, ser homem, ser mulher para adequar-se as dificuldades dos filhos, para entendê-los, uma forma de amar.
Ser pai é, antes de tudo, viver para, com e pelo outro.
Ser pai é ser como José, como Abraão, como Jacó, como Deus, o Pai.
Parabéns aos pais que exerceram seu ministério, que amaram (e amam) seus filhos; aos que não são apenas chefes de família, mas dão a vida todos os dias por eles.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Multiforme graça de Jesus

“E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade.” Efésios 3:17b-18
Vivemos pela graça de Deus, na qual encontramos, no texto bíblico, predicados vários: inaudita (I Co 2:9), inefável (II Co 9:15), multiforme (Ef 3:10, I Pe 4:10) , imarcescível (I Pe 1:4, 5:4), graça sobre graça (Jo 1:16), de Jesus (Rm 16:24, I Co 16:23, II Co 8:9, Gl 6:18, Fl 4:23), genuína (I Pe 5:12), boa notícia – ou evangelho –(At 20:24b); e por vivermos nessa graça experimentamos as bênçãos de sermos acolhidos como irmãos de Cristo e feitos, pelo seu sangue, um só povo; temos, entretanto, vivido de tal maneira?
No 31 de Julho, rememoramos o cisma pelo qual um ramo da Igreja de Cristo se dividiu, nem mesmo na criação do Universo, Deus viu que uma separação era boa! Tudo Deus criou e viu que, de fato, era bom, mas separar as águas (Gn 1:6-7) dividi-las...
Como parte da Igreja de Cristo, devemos arrazoar conosco mesmo e reconhecer se temos feito aquilo que é viver sob a graça: amar ao próximo mais que a nós mesmos? Amar a Deus e confiar em suas promessas? Estamos firmados na Rocha? Levamos as boas novas a todos que dela precisam? Oramos, intercedemos uns pelos outros? Alimentamos os famintos? Saciamos os sedentos? Aquecemos o coração e o espírito dos menos favorecidos? Condenamos o erro? Lutamos para que a justiça seja feita? Somos felizes por sermos perseguidos? Experimentamos a presença santa do Espírito do Senhor Jesus Cristo em nossas vidas? Deixamo-nos ser dominados e inspirados por Ele?
Tão-somente, no ministério do apóstolo Paulo, o grande plano do Senhor foi revelado: o mistério recôndito, na antiga aliança, o qual não fora revelado nem aos profetas, desvelado na cruz da vergonha do nosso Senhor Jesus, na qual se fez maldito por nós, porquanto em Paulo é que os gentios ouviram a boa nova: não há gentio, judeu, não há homem, mulher, não há escravo ou livre, todos: um só povo, membros de um só corpo, uma única nação! (Cl 3: 11)
Nós, como Igreja edificada e alicerçada em Cristo, vivemos e desfrutamos dessa realidade? Temos vivido nos moldes da Igreja Primitiva, na qual Cristo era tudo e em todos (Cl 3:11b), ou ainda, tudo era em todos e estes repartiam o pão, os bens, etc.?
O último e mais precioso mandamento de Cristo aos seus seguidores é o de anunciar a mensagem e sermos fiéis a ela! Todavia, para que essa missão seja executada necessitamos de uma verdadeira comunhão com Deus; há que se indagar: como posso fazer isso?
ü Ora ler as Escrituras Sagradas nas quais deparamo-nos com homens e mulheres de fé, os quais viveram sob o domínio do Maravilhoso Conselheiro e foram por Ele inspirados; viveram, lutaram e morreram, sim, há na história da Igreja muitos mártires, podemos citar um sem par de irmãos, eis alguns: José (Gn 37: 12-36), Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 3:8-30), João Batista (Mc 6:14-29), Estevão (At 7:54-60), Paulo (At 21:17-23:35).

ü Oração essa é a arma do cristão em que realmente, desfrutamos da comunhão com Deus. Na antiga aliança, o povo, para conhecer a vontade do Senhor, orava, ou Ele respondia por meio de sonhos (Gn 20: 3-6, 40:8) de visões, pelo Urim e Tumim (Dt 33:8, I Sm 14:41, 28:5-6, Ne 7:65), ou ainda, pelos profetas (Nm 11:29, 12:6, II Rs 1:1-18). Para nós, contudo, Deus se revela através do Espírito Santo conforme o capítulo oitavo de Romanos, no qual Paulo diz que Ele pede a nosso favor de acordo com a vontade de Deus o Pai, “pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano.” (Rm 8:28)

ü E, finalmente, a comunhão entre os irmãos. Na cultura judaica, as mulheres, nas sinagogas, não podiam discutir sobre as questões da religião e mesmo nos primórdios da igreja, mas era uma questão cultural (I Tm 2:11-13, I Co 14:34-35); apenas os homens eram circuncidados (Gn 17:23) e podiam aprender sobre as leis e os costumes. No entanto, na nova aliança, a mulher pôde receber a mesma marca, a mesma circuncisão a qual apenas o homem era dotado, pois todos somos circuncidados no coração (Rm 2:29, Cl 2:11), no Espírito, e é, portanto, uma marca invisível, contudo real e perene. Fomos selados com o mesmo quinhão e devemos participar com alegria da comunhão dos santos, fomos, como outrora mencionado, feitos pela cruz de Jesus, um só povo, uma única nação. Recebemos diferentes dons e somos orientados a usá-los para a edificação do corpo, da Igreja (I Co 12, I Pe 4:10) para o seu crescimento e desenvolvimento, saibamos, porém, que a capacidade de trabalhar para essa edificação vem do próprio Deus (II Co 3:5-18). E para que todos se tornem amigos de Deus, pois esse é o Seu desejo (II Co 5:18b-21).

Viver sob a graça é permitir-se ser instrumento do Deus vivo, ser Templo consagrado para morada do Seu Espírito Santo; viver sob a graça é conhecer e “... compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente...” e viver, sobretudo, o amor.
Busquemos sempre a presença de Deus e conhecê-lo sempre e mais!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Hillsong United - Here In My Life - With Subtitles/Lyrics

"...já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim." Gálatas 2:20

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Impressões

Dedicado à memória da querida amiga e irmã Léa Denise a qual dorme no Senhor
Num desses inícios de primavera ao cair da tarde, tardezinha fria, antes de me recolher, detive-me ao diálogo entre duas senhoras: uma jovem – entre vinte e cinco e trinta anos – e a outra, a anfitriã – de cinquenta anos. Da anfitriã eu era a hóspede não convidada; não desejada nos cantos da casa, sempre a fiar e a ouvi-la, como nessa tarde:

– Eu os via... via apenas seus pés: pequenos, descalços, imundos... o corpo envolto naqueles cobertores de mendigos, doados pela prefeitura, no frio das noites paulistas. – referia-se aos pequenos marginalizados da beira do Tietê. – eu os via todos os dias no ir e vir do meu trajeto cotidiano: ano após ano, talvez, não os mesmos pés e, infelizmente, acabamos por nos acostumar àquela realidade. No início assistir àquela cena trazia um mal- -estar, sentia o desejo de fazer algo por eles, mudar de alguma forma a realidade, mas os dez anos em que trabalhei no teatro de São Paulo acostumaram-me àquela cena: triste, desumana...
– Sei... assistir a tragédia que perpassa nossa realidade, e somos completamente alheios. Apesar de doer dentro de nós, que há a se fazer?
– Mas me doía muito pensar que não existiria um futuro para eles. Uma vez pobre...
– Morrerá a mingua, mas ainda assim terá esperança... como nós, de poder fazer algo por quem quer que seja. – a vida é sonho como narrou Calderón de la Barca e a busca incessante da realização deste. O homem sonha demais e pouco realiza, principalmente, quando deseja fazer algo pelo outro. Além de não conseguirem viver sozinhos como nós, a aranhas.
– Sim, eles sonham em deixar de ser transparentes, invisíveis para a sociedade, para o resto do mundo. De não morarem mais na favela composta de casas desiguais, sem métrica, nem higiene... de dar um amanhã aos seus filhos.
Eu a olhava, observava e via aquela mulher, Léa, cheia de vida, de esperança para a sua família; e doente, descobrira há dois anos um câncer e a quimioterapia a fazia padecer com esperança de ver ainda seus futuros netos. E eu sabia, ou pelo menos, sentia que ela precisaria de apenas um toque na capa de Jesus para sentir-se viva outra vez, completa. Minhas impressões.
Durante o tempo em que conversavam: Léa – a anfitriã – e Cecília, eu as assistia. Presenciei as lágrimas, os sorrisos, as poesias tão íntimas que uma lia para a outra para que pudessem experimentar uma da outra a opinião, o olhar de consentimento, de aprovação; da beleza de contemplar o simples, a solidão...

Talvez, essa seja uma narração de uma conversa descomprometida, desinteressada, contudo, a amizade, o sentimento o qual as motivava, a estar naquela sala, era sincero, puro e real. A mais jovem tinha a outra como uma espécie de ídolo, porque esta era cantora, professora de música, escrevia poesias: uma artista completa. E Cecília não tinha em sua família o conchego o qual essa casa e essa amizade propiciavam. O ensejo da visita era a doença e um caderninho de poemas cujo desejo era o de oferecer a Léa, e o estar perto.

Registrei num poema (por mais insólito que seja uma aranha escrever) esse encontro:


Impressões

O estar perto imprime o diálogo sem compromisso
impressões se fundem, se calam
sentimentos se traduzem no olhar,
no sorriso, nas lágrimas
personificação dos silêncios.

Noite alta, céu plúmbeo, lua obscurecida
ideias se fundem, se calam
o estar perto, bem perto
traduz a realidade: o desejo
de apenas ali estar

ao lado de quem se ama
e de quem quer estar perto,
bem perto. A dividir: sonhos,
ideais, medos, desejo de ser,
de fazer, de dividir, de compartilhar.

Talvez, imprima bem a realidade de uma boa e verdadeira amizade. Porque a jovem Cecília amava aquela mulher, aquela amiga de pouca data e muita conversa. E seu desejo era o de ver a saúde da outra restabelecida, como ela disse ao final do encontro:

– O meu desejo, e eu sinto isso no fundo do meu coração, é vê-la curada, vencedora, porque a amo; e sei que ainda há de lembrar-se desses momentos de tribulação com alegria por tê-los vencido, há de ver seus netos a correr pela casa, ainda os ninará com sua doce e linda voz, eu creio!
– Deus sempre providencia alguém para ficar comigo, nunca fico sozinha, obrigada. – E o encontro encerrou com um abraço molhado das lágrimas, sincero, forte e feliz, pois o estar perto, bem perto de quem se ama basta.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Lula em Campanha

Por acaso faz parte do jargão: "Nunca no Brasil..."? Povo brasileiro, por favor, aprenda a votar!!! Divulguem o vídeo!

http://kibeloco.com.br/kibeloco/2010/08/07/leandro/

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